A partir de quarta-feira (22), os alunos do ensino médio da rede pública do Distrito Federal começarão a utilizar a plataforma Google Sala de Aula G Suite como alternativa para manter o contato com os estudos durante a quarentena. Todos já tiveram novos e-mails cadastrados para utilizar a ferramenta.
Para acessar o login e configurar a senha, basta seguir o passo a passo disponível na plataforma. É preciso, também, utilizar o código do estudante, que pode ser consultado no boletim escolar do ano passado. Os alunos que ingressaram na rede pública em 2020 devem ligar na Central 156 (opção 2), a partir de terça-feira (21/4), para descobrirem seus identificadores.
Além das aulas e conteúdos disponíveis na ferramenta, os estudantes terão acesso a uma programação especial nas TVs Justiça, União e Gênesis. Eles serão orientados a seguir a grade escolar diária a que teriam acesso no caso das atividades presenciais.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) estuda a possibilidade de oferecer pacotes de dados para uso da plataforma a todos os alunos e professores, em todas as operadoras. Ela também planeja entregar materiais impressos para aqueles que não contam com sinal e/ou equipamentos.
Formação de docentes
Desde a semana passada, a Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (EAPE) está oferecendo, em parceria com o Google, cursos sobre o uso didático e pedagógico de ferramentas como
Google Drive, Google Docs, Google Formulários, Google Sala de Aula e Meet.
Além disso, de acordo com a SEE-DF, a rede pública conta com mais de 1.500 professores, de todas as etapas, certificados no curso G Suite pela EAPE. Segundo a Secretaria, esses docentes já vinham passando por formações para o uso do Google Sala de Aula desde 2017.
Na avaliação da diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) Rosilene Corrêa, a tentativa de oferecer alternativas durante o período de isolamento social é válida. No entanto, ela reforça que é preciso garantir que todos os estudantes tenham acesso às novas ferramentas.
“Nós não somos críticos a que o governo ofereça essa alternativa aos alunos. Agora, somos críticos quando o governo não toma providências e não tem recursos suficientes para garantir que 100% dos estudantes terão acesso”, explica.
Outra preocupação da diretora do Sinpro-DF é com relação ao cumprimento do calendário escolar. De acordo com ela, as aulas no novo modelo não podem substituir as presenciais. “Mesmo que 100% dos alunos tivessem acesso, essa modalidade deve ser entendida como uma atividade que o governo está oferecendo para que os alunos se ocupem e mantenham sua relação com o mundo da escola, mas jamais entendendo como uma substituição ao cumprimento de calendário letivo.”
A educadora explica que a entidade pretende discutir o cronograma escolar assim que o período de quarentena terminar, mas reforça que, neste momento, a prioridade de todos deve ser o zelo pela vida.
Ainda de acordo com a diretora do Sindicato, não se pode encarar a atual crise de forma mecânica. “É preciso entender que as mentes e os corações de professores e alunos podem ser afetados por outros sentimentos e emoções neste momento”, diz. “Não podemos entender que as coisas são mecânicas. Pensar: ‘Ah, vamos oferecer aula, enquanto ali fora tem alguém morrendo, alguém da minha família está contaminado, eu estou com medo, mas está tudo certo, a vida está fluindo, está tudo dentro da normalidade’. Não é assim.”
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá