Na semana do Dia da Mulher, 100 estudantes - todas adolescentes entre 14 e 17 anos - do Instituto Federal de Brasília (IFB) passaram por capacitação do projeto Steam Power for Girls. O projeto é uma parceria com a Embaixada dos Estados Unidos e a Universidade de Brasília (UnB), e acontece no B Hotel, até este sábado (7/3).
Entre as atividades, estão agendados painéis, oficinas temáticas e workshops. Os painéis abordam temas como democracia, direitos humanos, engajamento e empoderamento da nova geração e a capacidade de liderança. No primeiro dia, o evento contou com a presença de Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, e Ana Paula Assis, presidente do IBM América Latina.
A oportunidade chamou a atenção das garotas, e a aluna do câmpus de Taguatinga Jennifer Silva, 16, conta a reação que teve ao saber que participaria do evento. “Quando eu soube dessa parceria da Embaixada dos Estados Unidos com o IFB, eu vi uma oportunidade única que iria somar na vida de muitas meninas.” Além disso, aponta a importância de programas como esse: “O que esse projeto está propondo para as jovens é muito importante para proporcionar quem ainda não sabe o que pretendem fazer futuramente e também ajudar as que já têm em mente o que vão fazer”.
Jennifer é mais apegada à área de exatas e diz que, após terminar o ensino médio, quer fazer o curso de ciências aeronáuticas para realizar um sonho. “Um dia, quero me tornar astronauta, e um dos requisitos para ter essa profissão é a necessidade de ter uma determinada quantidade de horas de voo, ou seja, preciso ser piloto."
Com pensamento voltado para o social, a estudante do câmpus de Taguatinga Ana Carolina Alves, 16, no ano passado fez uma cartilha informativa sobre a história e curiosidades sobre a comunidade LGBTQIA%2b. E com o Steam Power for Girls, ela aponta um legado que pode se firmar. ”Esse espaço é uma das maiores oportunidades que eu, e acredito que todas as outras 99 meninas selecionadas, já tivemos em nossas vidas. Um local onde só vão ter mulheres se unindo e apoiando umas às outras para tornar o futuro daquelas que virão depois de nós menos desigual”, opina.
O programa é piloto e nem todas as alunas dos câmpus IFB puderam participar, mas Ana não esqueceu das colegas. “O projeto é de uma importância singular, uma vez que ele mostra pra nós, mulheres, que podemos estar onde quisermos, independentemente do que dizem. Nós, as 100 estudantes selecionadas, não somos melhores que nenhuma de nossas outras colegas, e sim estaremos lá para representar cada uma delas. Representar cada mulher, independentemente de sua idade, raça, trabalho, poder aquisitivo ou posição social”, explica.
A pró-reitora de Pesquisa e Inovação do IFB, Giovanna Tedesco, destaca a importância da oportunidade para muitas das estudantes, e ressalta como principal objetivo do evento abrir a mente das garotas para as possibilidades que elas podem alcançar. “O principal é estimular essas meninas a ter uma visão diferente de empreendedorismo e tecnologia. Ao longo do tempo, a gente espera que elas desenvolvam um perfil, que tenham consciência de temas como democracia, direitos humanos, desenvolvimento econômico, sempre com um perfil empoderado”, diz.
Giovanna afirma também que, por ser uma área com predominância masculina, muitas meninas que se interessam pelo tema se sentem desestimuladas. “Mais importante que ensinar uma garota a programar é fazer ela se sentir uma líder, fazer ela sentir que é capaz de qualquer coisa. Não queremos formar somente programadoras, queremos que elas virem multiplicadoras do empoderamento feminino, dessa visão e desse comportamento. São meninas muito jovens, se formando para, no futuro, entrar no mercado de trabalho com esse novo perfil”, conclui.
“Em um mundo em constante transformação, programas como esse ajudam as jovens a adquirir novos conhecimentos e competências que possam contribuir para que sejam bem-sucedidas no trabalho do século 21. Por meio do Steam Power for Girls, queremos apoiar o governo brasileiro na reforma do ensino médio, ao mesmo tempo em que reforçamos o nosso compromisso com o empoderamento de meninas e mulheres”, afirma Joëlle Uzarski, adida cultural da Embaixada dos Estados Unidos.
* Estagiários sob supervisão de Mariana Niederauer