Se pudesse indicar um caminho para mudar os rumos da educação no país, Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, apostaria na alfabetização. Afinal, trata-se da base do ensino, crucial para todas as outras etapas da vida de um aluno, e que requer melhorias urgentes: 55% das crianças não sabem ler nem contar adequadamente ao fim do 3; ano do ensino fundamental, de acordo com a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA). Em segundo lugar, Viviane Senna, que é psicóloga, aconselha priorizar a formação de professores, já que a falta de capacitação de qualidade é um empecilho para que docentes consigam ensinar crianças a ler, escrever e contar. Em terceiro lugar, Viviane defende a melhoria da gestão, fundamental para acompanhar e verificar os processos de alfabetização. Os três pilares andam juntos, são codependentes e estão entre as diretrizes que ela recomendou para que a gestão Bolsonaro priorizasse.
;Quando o presidente foi eleito, ele me ligou e me pediu um diagnóstico e uma proposição do que fazer, de como resolver o quadro atual, bastante desafiador em todos os aspectos;, conta. A quarta indicação de Viviane envolve a questão socioemocional, que também deve ser incluída na alfabetização: o aluno não deve ser preparado apenas para ler, escrever e realizar operações matemáticas, mas também para ter competências fundamentais no século 21, como trabalhar em equipe e operar computadores. Essas quatro colunas norteiam nova parceria entre o Instituto Ayrton Senna e a Fundação Banco do Brasil (BB) que, ao longo de um ano, deve beneficiar cerca de 1.800 escolas públicas, 2 mil docentes e 300 mil crianças. O convênio será assinado nesta sexta-feira (21), às 11h, na sede do Banco do Brasil, em Brasília. O objetivo do trabalho conjunto é capacitar educadores e gestores em cerca de 30 municípios de 10 estados, localizados em quatro regiões do país, a partir de março.
Diversos projetos educacionais do Instituto Ayrton Senna serão aplicados no âmbito de secretarias municipais de educação, com o objetivo de garantir que os estudantes aprendam a ler, escrever e contar adequadamente e desenvolvam competências socioemocionais, além de, com isso, reduzir a distorção idade-série (problema afetado pela falta de letramento satisfatório). ;É uma parceria muito importante que mostra o reconhecimento de uma fundação do porte da do BB, uma entidade que resolveu agir para tentar resolver a questão, trabalhando com quem tem o know-how para fazer isso;, comenta Viviane Senna. O presidente da Fundação BB, Asclepius Soares, espera que os resultados do convênio se estendam por gerações. ;Nós vamos atuar em dois grandes vetores: os professores e os gestores públicos. Esse é um investimento mais perene, pois o impacto se perpetua por todo o período enquanto essas pessoas estiverem trabalhando com educação;, diz.
Vírus letal
;A alfabetização é fundamental para o bom desenvolvimento das crianças no futuro, seja na série seguinte, seja lá na frente, num curso técnico ou universitário que venham a fazer;, afirma Asclepius Soares. A expectativa é que o trabalho conjunto gere efeitos parecidos com os que o Instituto Ayrton Senna já obteve em outras localidades: segundo levantamento da entidade de 2017, 77% dos alunos participantes dos projetos educacionais da organização recuperaram a defasagem escolar; 79% dos não alfabetizados terminaram o ano adequadamente alfabetizados; e 80% dos que apresentavam dificuldade de leitura e escrita finalizaram o ano com aprendizado adequado. ;A gente escuta muito que educação é a base e a chave de tudo. Em vez de só falar, vamos agir para transformar vidas por meio disso;, observa Asclepius.
Na avaliação de Viviane Senna, lutar para ter altos índices de qualidade na alfabetização plena (que inclui o lado socioemocional), na formação de professores e na gestão pode gerar mais resultados do que aporte financeiro. ;Muitas vezes, as pessoas confundem investimento em educação com apenas colocar mais recursos. Na verdade, a gente, como país, já coloca muito recurso nessa área: quase 6% do PIB (Produto Interno Bruto), que está dentro da recomendação da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico);, aponta. ;O dobro do que investimos em saúde, que está na faixa dos 3%;, compara. No entanto, a dimensão dos desafios educacionais é muito grande. ;A gente tem cerca de 50 milhões de alunos na educação básica, que é quase a população da Espanha. Dentro desse total de crianças e jovens, de cada 10 que entram no sistema, só cinco terminam o ensino médio;, alerta.
;A gente tem uma perda de 50% entre a entrada e a saída. Se você pensasse num hospital, é como se, de cada 10 pacientes que entrassem lá, só cinco saíssem vivos;, relaciona. ;Perguntei para vários médicos se existe alguma doença no mundo com essa taxa de mortalidade e me responderam que, no máximo, talvez a peste bubônica;, alerta. ;Nosso índice de sobrevivência escolar, que é um termo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), é de 50%. Então, estamos fazendo com o principal ativo do país uma coisa muito surreal que é perder metade das crianças no meio do trajeto;, lamenta. ;Temos um vírus letal que se chama má qualidade da educação, responsável por exterminar boa parte das crianças da educação básica, o que gera muitas consequências graves em produtividade, equidade social;, analisa. E a raiz de tudo isso está na ineficiência da alfabetização, causada pela falta de professores qualificados e de acompanhamento da gestão, na avaliação de Viviane.
Confira entrevista exclusiva com Viviane Senna:
Qual a importância da parceria entre o Instituto Ayrton Senna e a Fundação Banco do Brasil?
Essa parceria foca uma questão estratégica para o país que é a alfabetização. É um convênio muito importante que mostra o reconhecimento de uma fundação do porte da do BB, uma entidade que resolveu agir para tentar resolver a questão, trabalhando com quem tem o know-how para fazer isso (o Instituto Ayrton Senna). Com a Fundação BB, propomos esse trabalho de formação para alfabetização, no sentido clássico e para além dele: na língua materna, na matemática, mas também socioemocional, corporal, digital, ou seja, de fato, uma alfabetização integral. Você pode mudar o que precisa mudar na educação atacando a primeira alavanca de todas que é a alfabetização. A gente, como país, não fez a lição de casa que os países desenvolvidos fizeram no século 19 ; no máximo, no 20. Nós estamos no século 21 e temos mais da metade das crianças analfabetas. Se a gente não prioriza e não faz acontecer, esquece. E, para isso, precisamos de uma boa formação para os professores. Mas não só. As pessoas acham que é um problema só pedagógico, mas envolve gestão também, de ter um plano determinando aonde se quer chegar e avaliando os passos para se chegar lá.
Por que elencar a alfabetização como prioridade na educação?
A alfabetização é tão central porque, se você não tem sequer isso, se não começa com isso, vai fracassar em todos os demais estágios da educação. A alfabetização é uma alavanca. Quando o Bolsonaro foi eleito, ele me ligou e me pediu um diagnóstico e uma proposição do que fazer, de como resolver o quadro atual, bastante desafiador em todos os aspectos. E não é só questão de dinheiro. Muitas vezes, as pessoas confundem investimento em educação com apenas colocar mais recursos. Na verdade, a gente, como país, já coloca muito recurso nessa área: quase 6% do PIB (Produto Interno Bruto), que está dentro da recomendação da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O dobro do que investimos em saúde, que está na faixa dos 3%. No diagnóstico para o Bolsonaro, eu falei de alavancas para enfrentar os problemas de educação: a primeira é a alfabetização (porque não tem como fazer nada sem isso); a segunda é a formação de professores (é outro elemento que, sem ele, nada funciona); a terceira é a gestão (se essa não funciona, as duas anteriores não funcionam, pois estão interligadas). A falta de alfabetização expressa a má qualidade de formação dos professores e a má de gestão de processos, a enorme dificuldade de gerir processos que existe no setor público e que, na educação, é muito determinante ; falo de gestão mesmo, que nem tem em empresa particular.
Por que, afinal, os professores não conseguem alfabetizar de modo adequado?
Não precisamos de teóricos em alfabetização, precisamos de quem saiba aplicar. O problema da alfabetização não é simplesmente de método, o problema é que os professores, em geral, estão despreparados para desempenhar o papel deles. Não importa se você dá na mão deles o método a, b, c ou d porque, antes disso, existe uma lacuna. Antes de entrar na faculdade, a seleção acaba sendo pelo lado negativo, é pelos alunos que têm os menores escores: no vestibular, você acaba não selecionando como nos países que estão dando certo, com os 10% melhores candidatos indo para o magistério. Não. Aqui, a gente faz o inverso. Aí, nos cursos superiores, a formação inicial é extremamente teórica, ideológica, conceitual e pouco ligada à sala de aula. A universidade do Brasil não forma para dar aula, forma para fazer pesquisa. E quem quer seguir o magistério não ganha importância lá dentro como quem quer seguir carreira acadêmica. O foco das faculdades não é preparar pessoas para as escolas.
A formação continuada de professores não corrige as lacunas?
A pessoa sai de uma formação inicial muito fraca e, quando entra na rede pública de ensino, aquilo não funciona. Existe a capacitação em serviço fornecida pelas secretarias (de educação), mas ela tem os mesmos vícios da formação inicial e não corrige o problema. Aí tem os processos seletivos das secretarias que deveriam definir o perfil necessário para cumprir o objetivo das escolas, mas não o fazem. Os critérios dessas seleções poderiam, inclusive, orientar as universidades. Resumindo: o problema anterior de formação (básica) não é resolvido na universidade, nem na formação continuada e aí vem uma seleção que também não seleciona com o perfil certo. O estágio probatório, que deveria colocar o aluno em contato com a prática (que deveria ser o tempo todo), tampouco existe, normalmente não existe, é para inglês ver, não tem nenhuma eficiência. Se você pegar da primeira perna para a última, elas não funcionam bem. E ainda tem a questão de que toda promoção é feita por tempo de serviço, não pelo fato de alguém ser um bom professor, que significa aluno que aprende. Tudo isso tem uma incidência enorme na alfabetização, que não está acontecendo.
Qual é o perfil do professor que deveria ser selecionado pelas escolas e pelas secretarias de educação?
Em primeiro lugar, precisa ser alguém que tem conhecimento da disciplina. Se você vai dar aulas de física e é formado em educação física, você não tem o mínimo insumo para tal, no entanto, isso acontece. Mas só conhecimento específico não é suficiente. Você precisa ter didática, saber operar uma sala de aula. Tem gente que é PhD (doutor) em matemática, mas é péssimo professor. E tem um outro aspecto que é o socioemocional: o profissional tem de ter garra, determinação, interesse no aluno, não abandonar o aluno na primeira dificuldade. Aprender é, sobretudo, uma relação: com o conhecimento e com outra pessoa. Então, se você tem problema em estabelecer relações, vai ter muito mais dificuldade em estabelecer esse canal entre professor e aluno. Há estudos que mostram que o professor, sozinho, responde por 70% do resultado do aluno. E, quando se pergunta o que é um bom professor, as pesquisas revelam coisas muito contraintuitivas. A gente pensa que ter título na universidade x ou y, mestrado ou doutorado torna alguém um bom professor, mas os estudos mostram que não. O bom professor você descobre pelo resultado do aluno, é aquele com o qual o aluno aprende, não é aquele que tem titulação. Os bons professores, todo mundo sabe na escola quem são.
Qual o papel da gestão na alfabetização?
A gestão é essencial para fazer acompanhamento do processo, ou seja, gestão da alfabetização. Isso é uma coisa que as pessoas não fazem. Às vezes, o professor tem o conhecimento teoricamente necessário para alfabetizar, mas não tem o processo de acompanhamento dessa aprendizagem, não sabe para onde precisa ir, o que precisa melhorar. Você teria que acompanhar essa criança semanalmente, identificar onde ela está e, aí, seguir os alunos nível por nível, fazendo isso sistemicamente com centenas de alunos, mas atacando o problema específico de cada estudante, com uma intervenção personalizada e ao mesmo tempo sistêmica por meio de um processo de gestão de alfabetização.
Quais são as consequências da má alfabetização e, consequentemente, de uma educação ineficiente?
A gente tem cerca de 50 milhões de alunos na educação básica, que é quase a população da Espanha. Dentro desse total de crianças e jovens, de cada 10 que entram no sistema, só cinco terminam o ensino médio. A gente tem uma perda de 50% entre a entrada e a saída. Se você pensasse num hospital, é como se, de cada 10 pacientes que entrassem lá, só cinco saíssem vivos. Perguntei para vários médicos se existe alguma doença no mundo com essa taxa de mortalidade e eles me responderam que, no máximo, talvez a peste bubônica. Nosso índice de sobrevivência escolar, que é um termo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), é de 50%. Então, estamos fazendo com o principal ativo do país uma coisa muito surreal que é perder metade das crianças no meio do trajeto.
O que isso gera na sociedade?
Temos um vírus letal que se chama má qualidade da educação, responsável por exterminar boa parte das crianças da educação básica, o que gera muitas consequências graves em produtividade e equidade social, num sentido mais amplo. As pessoas confundem equidade com a questão de ser branco, negro, mulher etc. Mas os estudos econômicos mostram que a educação, sozinha, explica de 40% a 50% da desigualdade brasileira. Os outros fatores (como ser branco, ser negro, morar no Nordeste ou no Sudeste, ser de atividade x ou y) representam só de 2% a 8% do que gera a desigualdade. Esses dados são de um estudo do Ricardo Paes de Barros. Assim, as pessoas acabam confundindo o problema da desigualdade com fatores como ser ou não negro. O que determina a desigualdade, no entanto, é a escolaridade. O negro está numa situação mais desigual porque tem menos escolaridade e, com poucos anos de estudo, tem menor empregabilidade, menor tudo. O nível educacional é o maior responsável pela desigualdade do país.
É possível recuperar a criança que teve falhas no processo de alfabetização?
Sim. Se você tem algum deficit, é possível recuperar. Temos evidência empírica por meio dos atendimentos do instituto (Ayrton Senna) a crianças não alfabetizadas e defasadas em idade-série. A gente pegou um grupo grande de crianças nessas condições, que são repetentes, estão na UTI do sistema educacional para morrer e não têm mais condições de continuar (em muitos casos, elas mesmas abandonam a escola) e agiu. A gente pega esse grupo dos piores dos piores, no fim da linha, dos quais 60% estavam também analfabetos e vemos que o principal fator da defasagem idade-série é a falta de alfabetização. Isso foi há 20 anos, mas continua atual. Temos que alfabetizar direito, se não, a criança vai repetir, repetir, repetir e depois vai abandonar ; é uma escadinha infalível.
Conte um exemplo prático.
Quando a gente começou a propor as políticas de alfabetização, isso nem era bem-visto, porque haviam recolhido as cartilhas (de alfabetização) e consideravam que as crianças tinham que se alfabetizar no próprio ritmo. A gente não acreditava nisso e lutou por uma política de alfabetização clara no primeiro ano da escola. Em 1997, fomos aplicar isso em 15 municípios, entre eles o de Sobral (CE), onde 97% das crianças estavam defasadas por pelo menos dois anos. Atendemos essa cidade com toda essa distorção e a taxa saiu de quase 98% para 2%, que é o índice de hoje. Então, a gente corrigiu a torneira. Se você seca a água do chão, que é a criança defasada, mas não fecha a torneira, continua com o problema. Então, tudo começou ao instalar uma política de alfabetização já na 1; série do ensino fundamental, acompanhar os alunos que não foram bem alfabetizados e estavam danificados, recuperá-los e colocá-los no ritmo certo. Esse trabalho e um projeto de gestão ajudaram a fazer com que o município se tornasse referência em educação. A equipe de Sobral foi muito comprometida em aplicar as coisas de fato, teve outros municípios que fizeram mais ou menos e não tiveram o mesmo resultado.
Além da alfabetização, da formação de professores e da gestão, há outra alavanca em que o país deveria investir quando o assunto é educação?
A quarta alavanca é a educação integral, não no sentido de tempo integral, mas de ser uma educação plena, que vai além do cognitivo, que envolve a questão socioemocional. Quando foi criada, há dois séculos, a escola foi preparada para desenvolver competências cognitivas, o pensamento lógico e a razão. Era disso que a sociedade precisava naquele momento. A humanidade tinha pouquíssimo acesso a conhecimento naquela época. Com o iluminismo, veio à tona a necessidade de distribuir conhecimento para que as pessoas pudessem se opor aos absolutismos. A escola nasceu do desejo dos iluministas de distribuir conhecimento, foi uma das maneiras que eles encontraram de preparar as pessoas em larga escala (a outra maneira foram as enciclopédias). A escola tem 200 anos e funcionou com um sucesso incrível por muito tempo, foi um benefício incalculável para a humanidade, de onde veio o desenvolvimento científico e tecnológico. Esse modelo de escola foi muito bem-sucedido, o problema é que continuamos com ele até hoje. Não estamos mais no século 18, estamos no século 21, mas funcionamos com as premissas lá de trás. Hoje, uma pessoa que lê o New York Times tem mais acesso a conhecimento do que uma pessoa do século 18 tinha por toda a vida. Hoje, conhecimento virou commodity, não pode ser o centro da escola.
Qual o valor dessas competências não cognitivas para a vida?
A função cognitiva não é a única de que a gente precisa para dar conta das tarefas do mundo. Até porque várias funções cognitivas clássicas são substituíveis com a inteligência artificial. Além disso, a vida não se resume a isso: ela exige mais skills do que isso. É como o James Hackman (economista estadunidense que ganhou o prêmio Nobel de economia em 2000) falou: as habilidades socioemocionais são tão importantes quanto as cognitivas para o sucesso escolar da criança, pesam tanto quanto; mas as socioemocionais são mais importante para o sucesso futuro, em aspectos como estabilidade financeira e conjugal, emprego, longevidade, saúde mental... Essas competências trazem impacto para saúde, renda e bem-estar social e são tão cruciais que deveríamos ter escolas que conseguissem desenvolver ambas as funções (sociomocionais e cognitivas). Ser PhD em algo não mantém um casamento. É preciso ter muita criatividade e flexibilidade para isso. Também não mantém o emprego: o pessoal de RH diz que se contrata pelas competências cognitivas e demite pelas comportamentais. Temos que desenvolver esse currículo oculto também.
O Brasil tem escolas capazes de desenvolver competências interpessoais nos alunos?
Não temos pesquisa que verifique isso. Mas, considerando que essa não é a lógica, se temos, é muito pouco. E o mesmo ocorre no resto do mundo. Quando se fala sobre o assunto, as pessoas sequer entendem do que você está falando. É uma nova frente no Brasil e no cenário internacional. A OCDE fez o primeiro seminário interministerial sore o tema em 2014, trazendo os países-membros para colocar isso na agenda, para incluir essa fronteira emocional na educação. Foi um divisor de águas que fez esse tema virar moda. E, hoje, ele está na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), só que as pessoas não sabem como desenvolver nem acompanhar se está desenvolvendo ou não. A escola foi feita para desenvolver apenas a função cognitiva, mas, agora, a gente precisa andar com a outra perna (socioemocional). São habilidades maleáveis, sem cristalização cedo na vida, você pode desenvolver durante um bom tempo, mas é na infância e na juventude que há mais potencial. A escola foi concebida num modelo que está vencido, então, precisamos trazê-la para o século 21. E não é só botar tecnologia lá dentro: isso é só um pedacinho da ciência que foi desenvolvida durante dois séculos. A gente ignora conhecimentos que nos ajudariam na tarefa de ensinar, como a neurociência.
Confira a lista de municípios onde a nova parceria entre o Instituto Ayrton Senna e a Fundação Banco do Brasil será aplicada:
- Manaus (AM)
- Santarém (PA)
- Fortaleza (CE)
- Salvador (BA)
- Tocantins - Estado (TO)
- Juazeiro (BA)
- Ribeirão Pires (SP)
- Tatuí (SP)
- São Vicente (SP)
- Teresina (PI)
- Feira de Santana (BA)
- Maceió (AL)
- Porto Velho (RO)
- Águas Mornas (SC)
- Alfredo Wagner (SC)
- Angelina (SC)
- Anitápolis (SC)
- Antônio Carlos (SC)
- Biguaçu (SC)
- Canelinha (SC)
- Florianópolis (SC)
- Garopaba (SC)
- Major Gercino (SC)
- Nova Trento (SC)
- Palhoça (SC)
- Paulo Lopes (SC)
- Rancho Queimado (SC)
- Santo Amaro da Imperatriz (SC)
- São Bonifácio (SC)
- São João Batista (SC)
- São José (SC)
- São Pedro de Alcântara (SC)
- Tijucas (SC)