Atualização - Por meio das redes sociais, o secretário de Educação, Rafael Parante, reforçou o compromisso de que a escola fará outra pintura do ex-presidente da África do Sul. "Sobre o caso do mural com Mandela: ele será refeito o mais rápido possível. Compartilharemos fotos", afirmou Parente.
Um dos quatro centros de ensino escolhidos pelo Governo do Distrito Federal para a implementação do projeto de militarização das escolas públicas, o Centro Educacional (CED) 1 da Estrutural foi "repaginado" para o início do ano letivo. Além da inscrição do nome "Colégio da Polícia Militar" na fachada, muitos muros da instituição foram pintados de branco. Um deles, logo na entrada, fazia menção a Nelson Mandela. A parede continha um grafite do rosto do ex-presidente da África do Sul e uma frase dita por ele sobre a importância da educação
"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo", disse Mandela em 2003, durante o lançamento de uma organização sem fins lucrativos que disponibilizava material educativo e curricular para alunos e professores no seu país de origem. Símbolo da luta contra o Apartheid ; regime de segregação racial que separava brancos e negros na África do Sul ;, Mandela sempre defendeu um sistema educacional mais igualitário e digno.
De acordo com a diretora do CED 1, Estela Accioly, a pintura foi feita pois a escola precisaria estar padronizada para o início da gestão compartilhada entre Secretaria de Educação e Polícia Militar. Apesar disso, nos próximos meses, outro espaço da escola receberá o grafite de Mandela, segundo a diretora. "Queremos começar uma oficina de grafite no colégio, para que os alunos aprendam mais sobre essa arte. Provavelmente, os desenhos serão feitos nos muros do estacionamento dos professores. É um espaço bem amplo", antecipou a diretora.
A pintura que homenageava Mandela ficava na parte interior do colégio, logo na entrada da instituição de ensino. Um grupo de grafiteiros fez a arte em novembro de 2018, durante as comemorações da escola em razão do Dia da Consciência Negra. "Optamos por colocar um grafite do Nelson Mandela pois ele era uma referência para a educação. A nossa escola sempre primou pelo respeito à diversidade. Por isso, continuaremos fazendo grafites. Apenas optamos por escolher um local maior", justificou Estela.
Em nota oficial, o Centro de Comunicação da Polícia Militar do DF respondeu que a corporação não participou da decisão de pintar o grafite.
Secretário garante novo grafite
Mãe de um dos alunos do colégio, a gari Omarilza Fernandes, 46 anos, estranhou a ausência do grafite. "Era uma arte simples, mas muito bonita. Além disso, a mensagem que ela carregava era muito forte. Acredito que qualquer pessoa ao ler aquela frase pode se sentir mais motivada", respondeu.