Houve um único momento de maior tensão durante o ato, quando os manifestantes fecharam a via S1, na altura da Rodoviária. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) precisou conversar com os estudantes, pedindo a liberação da pista. A paralisação do trânsito ocorreu duas vezes, mas não durou mais de 10 minutos.
"Eu acho que, independentemente da renda, todos (os estudantes) deveriam ter a gratuidade. Essa proposta é uma maneira de retirar o direito do povo. Isso sem contar com a burocracia toda do DFTrans (Transporte Urbano do Distrito Federal ), que dificulta o acesso aos serviços", conta Victória Regina Rodrigues, 19, estudante de serviço social da Universidade de Brasília (UnB).
Moradora do Itapoã, Regina precisa pegar dois ônibus para ir de casa para a universidade, e relata sempre perder os primeiros minutos de aula. "Só tem uma linha de lá, que passa pelo meu ponto de ônibus às 7h20. Quando está sem engarrafamento, demora mais ou menos uma hora e meia para chegar à UnB. Quando tem engarrafamento? Aí, nem vale a pena sair de casa", diz.
Aos gritos de "Ibaneis, seu filho não anda de busão", os manifestantes tomaram a Rodoviaria do Plano Piloto, passando também pela Rodoviária do Entorno. O ato teve início às 17h e terminou por volta das 19h30.
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Organização
Integrante do movimento Juntos, o estudante de psicologia da UnB Bruno Zaidan, 24, afirma que não tem um grupo específico responsável pela organização da manifestação, mas, sim, um conjunto de movimentos que realizam o ato.
"Estamos apoiando porque a gente sabe que muitos estudantes dependem do passe livre para ir à escola ou à faculdade. Essas pessoas não vão conseguir chegar à faculdade com essa medida do Ibaneis", acredita Bruno.
Estudante de ciência política da UnB, Mauro Nunes, 23, também foi à manifestação. Ele entende que a medida adequada para conter os gastos públicos não passa pela extinção da gratuidade. "Somente 41% dos estudantes utilizam o passe livre estudantil. Isso não pesa tanto para o GDF. O que pesa são os lucros exorbitantes das empresas de ônibus. Elas, sim, que deveriam sofrer cortes", defende Mauro.
Os grupos planejam realizar uma assembleia em 6 de fevereiro para decidir qual será a posição dos estudantes da UnB em relação às possíveis mudanças no Passe Livre Estudantil.
GDF
Em 21 de janeiro deste ano, o governador Ibaneis Rocha manifestou a intenção de rever a forma de concessão do benefício do Passe Livre Estudantil para os estudantes das redes pública e particular de ensino do DF.
A Secretaria de Transportes estuda alterações na forma como são concedidos os passes livres estudantis e avalia passar a cobrar pelo uso de estacionamento em alguns pontos da capital. Ainda não há previsão, segundo o secretário de Transporte, Valter Casimiro, para que os projetos sejam concluídos e possíveis modificações passem a valer.