A 15; Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) está aberta para visitação até domingo (21). Neste ano, o tema abordado é ;Ciências para a redução das desigualdades;. O evento é coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). As atividades são gratuitas e ocorrem das 8h30 às 18h, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade.
Coordenadora da semana e diretora de inclusão social do MCTI, Sônia da Costa ressalta que, nesta edição, os organizadores estão mais preparados e aperfeiçoados. ;Eles estão mais preocupados em oferecer maiores experimentos e prática. Não queremos distribuição de folhetos, mas, sim, que as crianças e os jovens participem e interajam;, explica.
A SNCT 2018 espera reunir mais de 1.200 instituições cadastradas de todos os estados da federação, além do Distrito Federal. Ao todo, são mais de 4 mil atrações, envolvendo oficinas, estandes expositivos, apresentações culturais, palestras e cursos ofertadas por universidades e instituições de pesquisa, escolas públicas e particulares, institutos de ensino tecnológico, empresas, secretarias estaduais e municipais.
O evento é realizado por meio da Coordenação-Geral de Popularização e Divulgação da Ciência, da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento.
Confira algumas atividades da 15; Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília:
Meninas na Ciência
Uma das atrações mais procuradas na SNCT é o Meninas na Ciência. O projeto é composto por 41 alunas de cursos técnicos e superiores de todo o Brasil, cada uma representando instituições que compõem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Esta é a segunda fase do desafio. No primeiro, elas produziram protótipos de experimentos ou equipamentos que poderão ser utilizados em aulas do ensino médio, nas disciplinas de matemática, física, química e biologia, e apresentaram no ConectaIF deste ano (evento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia).
Nesta segunda fase, as estudantes terão de reduzir o protótipo para ser guardado em caixas para facilitar a locomoção. Todas elas são divididas em quatro grupos: física, biologia, química e matemática. Na área de física, por exemplo, as meninas estão trabalhando com uma maquete de isopor, por meio da qual abordam densidade, movimento circular, atrito e plano inclinado. Em química, as jovens elaboraram uma espécie de manual para o professor. A apostila serve como um guia de receitas de experimentos.
A representante do Distrito Federal, Stephany Santana, 20 anos, é formada no curso técnico em alimentos, pelo Instituto Federal de Brasília (IFB), no câmpus Gama. A inserção no projeto foi graças a um ex-professor do curso. ;Acredito que fui escolhida para participar por me destacar no que faço.; Para ela, essa é uma oportunidade para crescimento profissional. ;Esse tipo de iniciativa mostra que a mulher pode fazer o que quiser e atuar na ciência. Aqui a gente faz coisas em três dias, que levariam um mês;, conta. Porém, ela destaca que é preciso que haja mais incentivo na ciência, especificamente para mulheres. ;Não deve apresentar isso apenas em uma feira gigante como essa. Deve partir das escolas no geral.;
A coordenadora do desafio e pró-reitora de Pesquisa e Inovação do IFB, Luciana Massukado, explica que a inserção das mulheres nesse tipo de programa contribui para a predominância de atuação em áreas que tem viés masculino. ;Elas saem daqui determinadas, autoconfiantes e multiplicam os conhecimentos que aprenderam nos estados.; Ela destaca ainda a possibilidade do projeto virar um negócio empreendedor. ;Nós vamos sair de algo amador para transformar isso em comercialização. De projeto, vai se tornar um programa.;
Laianne Torres, 21, é aluno do 10; semestre do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). Para ela, participar dessa ação é gratificante. ;A gente vê que a mulher tem muito potencial nessa área e podemos mudar essa visão de que cursar física, química, matemática ou biologia é coisa só para homem;, destaca.
Estande dos Correios
Nesta atividade, as crianças podem se aventurar em um mundo de descobertas por meio da história dos selos postais. Além disso, podem praticar esportes. O estande tem dois espaços: no primeiro, os pequenos recebem um bloco e quatro mini-selos. O objetivo é aprender a observar e manejar os selos, além de treinar a paciência e o cuidado.
Em seguida, as crianças são encaminhadas para uma área esportiva, na qual podem praticar quatro modalidades: rugby, corrida, squash e handebol. Há professores prontos a orientá-las nas regras desses esportes pouco praticados. Segundo a coordenadora do estande, Gláucia Lima, trata-se de uma oportunidade de promover a inclusão social e agregar valores. ;Sabemos que o esporte dá essa possibilidade. É também um modo de ajudar as crianças a identificar o que elas gostam mais de praticar.;
Maker robótica
Espaço Sesc
Com foco em tecnologia social, a área destinada ao Serviço Social do Comércio (Sesc) está dividido em sete estações. Cerca de 70 alunos do ensino fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA) das cinco escolas do Sesc do DF apresentam projetos em áreas diferentes: reaproveitamento de alimentos, plantas energia renovável, inclusão de pessoas com deficiência na educação e conscientização de água. ;A gente traz a ;ponta do iceberg;. Existe um trabalho nosso, que está sendo feito desde abril, que é de fomento à tecnologia e inovação. Com isso, os alunos se sentem mais entrosados e dispostos a aprender mais;, destaca a coordenadora de educação do Sesc, Amanda Sampaio.
A aluna do 5; ano da Escola Classe 2 do Paranoá Beatriz Andrale, 11 anos, participou de uma das atividades do estande, que consistia em mostrar as crianças como era o dia a dia de um cego nas ruas. Para ela, essa é uma experiência única. ;Uma pessoa com deficiência visual tem momentos difíceis, mas quando tenta, consegue superar. Essas coisas fazem a gente aprender coisas novas e aprendemos mais;, explica.
Outras atrações
Além destas, os vistantes podem conferir outras atrações durante todos os dias, como a oficina de foguetes, simulação do espaço Marte, planetário e um jogo de perguntas, da Agência Espacial Brasileira (AEB). A programação completa da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia pode ser consultada no site: snct.mctic.gov.br/semanact/opencms/programacao/index.html. A consulta também pode ser feita pelo aplicativo Semana Nacional de Ciência e Tecnologia ; SNCT, disponíveis em lojas de apps.
Estagiária sob supervisão de Ana Sá*