A retirada do livro Meninos Sem Pátria, de Luiz Puntel, da lista de leitura do Colégio Santo Agostinho, escola católica no Rio de Janeiro, gerou polêmica entre pais, professores e alunos. A história, ambientada na Ditadura Militar, é sobre a experiência de viver a infância e a adolescência longe de casa. Os pais contrários à publicação acusam a escola de pregar ;ideologia comunista em sala de aula;. Os que são a favor reclamam de ;censura;.
Os alunos do sexto ano, crianças de 11 e 12 anos, deveriam ler a obra no quarto bimestre. O livro, escrito em 1981, conta a história de uma família que deixa o Brasil após a invasão da redação do jornal em que o pai trabalha. Eles recebem ameaças e partem para o exílio.
O entreveiro sobre a publicação começou com um post numa rede social. ;O livro critica governos militares, enaltecendo a ótica de esquerda;, acusa o texto. Ontem, a escola comunicou aos pais a suspensão da leitura da publicação. O Correio tentou contato com a direção do colégio, mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
Para a professora de direito da UnB Simone Rodrigues Pinto, especialista em ditadura, a solução do embate vem do diálogo. ;Estamos num período de polarização. Sempre que isso acontece, se cria um movimento autoritário na sociedade. Isso gera uma censura;, avalia. ;É uma linha tênue difícil de ser traçada, mas que só existe com diálogo e debate. O colégio, em sua decisão, deve levar em consideração seu público, mas também o respeito à liberdade e aos direitos humanos.; (OA)
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