O Distrito Federal não atingiu as metas propostas para a edição de 2017 do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Maior levantamento do nível das escolas brasileiras, o Ideb apontou desempenho satisfatório apenas nos anos iniciais do ensino fundamental (1; ao 5; ano). Nos anos finais (o chamado fundamental 2, do 6; ao 9;) e no ensino médio, não houve avanços satisfatórios. No documento, é possível ter acesso também ao Ideb de anos anteriores e projeções até 2019. Clique aqui e confira o ranking completo.
Desde a criação do Ideb, o Distrito Federal tem aumentado anualmente sua média no fundamental 1, marcando 5,9 pontos em 2013, 6 em 2015 e 6 em 2017. Em primeiro lugar, aparece o Colégio Militar Dom Pedro II, que atingiu a nota de 7,9, aumentando 0,2 ponto em relação a 2015, edição anterior do Ideb. Em segundo lugar, aparece as escolas Classe 111 Sul e 113 Norte, empatadas com 7,4. As escolas Classe 308 Sul, 102 Sul e 316 Sul também garantiram boa média.
O secretário de Educação do DF, Júlio Gregório, pondera que um dos fatores que contribuíram para o bom cumprimento das metas para o fundamental 1 foi a escolarização obrigatória a partir dos 6 anos de idade, além da extensão do ensino fundamental de 8 para 9 anos. ;Outro ponto a ser destacado é a maneira como essas crianças fazem as provas. Elas têm uma postura diferente e não se importam em saber se vale pontos ou não, dedicando-se da mesma forma.;
Quanto aos anos finais do ensino fundamental, a instituição de maior desque foi o Colégio Militar de Brasília, que atingiu 7,3 pontos. Na segunda colocação, aparece o Colégio Militar Dom Pedro II, com nota de 7,0. E, em terceiro lugar fica o Colégio Militar Tiradentes, com nota de 6,9. A média de todas as instituições é de 2,3.
No ensino médio, apenas as escolas particulares ficaram entre as três primeiras colocadas, mas também não atingiram a meta proposta. A média geral das instituições ficou em 5,1 pontos. Com nota de 7,1, a Escola das Nações e o Centro Educacional Leonardo da Vinci ficaram em primeiro lugar. O Colégio Marista de Brasília e o Centro Educacional Sigma aparecem em segundo lugar, com nota de 6,9. A posição seguinte também é do Sigma, mas da unidade Asa Norte, no qual atingiu nota de 6,8 pontos.
[SAIBAMAIS]
Júlio Gregório reconhece o baixo desenvolvimento das escolas da região, especialmente do ensino médio. ;A estrutura que nós fizemos no ensino médio não atende à expectativa desses jovens, pois eles estão antenados principalmente com a alta tecnologia. Então, eles pegam aquela prova, que na visão deles, não tem valor nenhum e não vai agregar, e fazem de qualquer jeito;, explica ele, referindo-se à avaliação do Saeb, uma das váriáveis do cálculo do Ideb. ;Nós ainda estamos em um modelo que não vai atrair os jovens. É preciso uma iniciativa de alunos e toda a equipe para fazer dar certo;, argumenta o secretário. Ele também destaca soluções que melhorariam o desempenho dos alunos do ensino médio. ;Teríamos que desenvolver estratégias, para incentivar e fazer com que o aluno participe da prova.;
Perguntado sobre as diferentes notas da rede pública e privada, o secretário explica que há grande resistência das escolas particulares em adotarem transformações pedagógicas. ;Eles resistem a muitas mudanças de estrutura pedagógica, administrativa e até financeira;, destaca.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá