Comemorado hoje (28), o Dia Nacional do Voluntariado presta homenagem àqueles que se doam para a missão de ajudar outras pessoas ou causas de cunho social. Foi com este objetivo que alunos do 1; e 2; ano do ensino médio do Centro Educacional Sigma visitaram o asilo Lar São Francisco de Assis, no Núcleo Bandeirante. A ação integra o projeto Anjos do Sigma, coordenado pelo professor de química Gabriel Prazeres e pela professora de biologia Carmem Lúcia.
Criado há 10 anos, o projeto é destinado a estudantes do ensino médio de todas as unidades da instituição. O objetivo é fazer com que os alunos vivenciem ações voluntárias e sejam despertados espontaneamente para o trabalho humanitário. Os discentes, junto aos coordenadores, reúnem-se semanalmente para discutir quais métodos serão utilizados nas visitas. Durante as visitas, que ocorrem uma vez ao mês, há atividades recreativas e contações de histórias.
Mais que doações, vale a troca de experiências. Segundo o professor Gabriel Prazeres, o projeto não foca em arrecadações de utensílios, mas sim no afeto com o próximo. ;Não vinculamos o bem material, justamente para não ficar como uma moeda de troca. Ao contrário, priorizamos a aproximação dos alunos com essas pessoas. Que o estudante aprenda a ter um olhar diferenciado sobre o outro.;
O primeiro contato
Na visita ao Lar São Franciso de Assis, o grupo de alunos, composto por seis estudantes, teve sua primeira experiência em um asilo, embora tenham visitado creches e centros de ensino especial. Como forma de entreter os idosos, os discentes levaram jogos como dominós, cartas e bingo, além de esmaltes para pintar as unhas das mulheres.
Beatriz Joaquim, 15 anos, é aluna do 1; ano do ensino médio. Ela conta que há muito tempo não fazia ações voluntárias, mas que, ao saber do projeto, foi despertada para as boas ações novamente. ;Eu tinha uma opinião contrária a respeito. Achava que era ;só; ajudar pessoas, mas percebi que temos que dar, mas não esperar nada em troca;, diz ela. Colega de Beatriz, Geovana Ferraz, 15, conta que se sente privilegiada com a visita. ;É gratificante poder ajudar e ver que as pessoas mais velhas gostam disso;, comenta.
;Meus pais me influenciaram e hoje não faço mais por um interesse, mas sim porque é uma forma de gratidão,; diz. O estudante explica que os trabalhos voluntários também poderão auxiliar na inserção em uma universidade no exterior. ;Em alguns países, eles cobram muito atividades extracurriculares, e projetos sociais contam muito;, destaca Arthur Cezario, 16, aluno do 2; ano do ensino médio.
A recíproca é verdadeira, garante aqueles abrigados na instituição. É o que diz o idoso José Fernandes, 91, que está no asilo há dois anos. Antes de ir para a casa de repouso, o mineiro José morava no município de Padre Bernado, em Goiás. Viúvo há 15 anos, ele conta que se sente feliz no local onde mora agora e a presença de visitantes é muito bem-vinda. ;Eles perguntam como a gente está e querem saber do nosso bem-estar. Isso é bom demais.;
Lar São Francisco de Assis
A casa de repouso conta hoje com 60 idosos e 45 funcionários, entre enfermeiros e técnicos, além de seis servidores de limpeza. O coordenador do local, Janderson Nascimento, ressalta a importância da presença dos voluntários. ;Para o idoso, ações como essa são muito importantes. Às vezes, valem mais do que doações. Muitos não recebem visitas da família ou, quando recebem, não é com muita frequência. Assim, essa atenção acaba preenchendo esse vazio;, observa.