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Estudante publica livro com coletânea de contos

Maria Eduarda Marinho, 15 anos, é autora do livro Contos de uma máquina de escrever, que deve ser lançado no próximo mês

Direto de uma máquina de datilografia modelo Olivetti Lettera 35, Maria Eduarda Marinho ou apenas Duda, 15 anos, escreveu o primeiro livro, que revela no título o que o leitor conferirá nas 58 páginas que o recheiam: Contos de uma máquina de escrever. A estudante do 2; ano do ensino médio do Colégio Marista de Brasília traz uma coletânea de contos, poemas, textos e frases que abordam, em linguagem cotidiana e ainda assim poética, o dia a dia de diferentes personagens. Alguns deles enfrentam problemas como depressão, ansiedade e bullying. A ideia da autora é mostrar que até na rotina tem um pouquinho de poesia ou algum aprendizado.

Para Maria Eduarda, escrever significa doar uma parte de si para as páginas, uma forma de autoconhecimento e conectar pessoas que compartilham do mesmo sentimento. ;Não é impossível se expressar e fazer alguém se confortar com isso. Podemos achar que estamos sozinhos no mundo, mas não estamos e tem gente que passa pela mesma coisa. Acho interessante que as pessoas possam ler e se identificar com a situação;, conta. Ela tem como inspiração os autores Mary Shelley, Virginia Woolf, Elisa Lucinda, Emily Bront;, Augusto dos Anjos, Pedro Bandeira e José Saramago.

Quando questionada do porquê escrever em uma máquina que caiu em desuso, Maria Eduarda explica que, com a datilografia, se sente mais próxima das palavras. ;É como se eu estivesse conversando com alguém, pelo barulho das teclas, que são para mim como uma resposta ou um conselho;, esclarece a estudante.
Contos de uma máquina de escrever é o primeiro livro publicado pela adolescente, mas ela afirma que já tem outros dois projetos a caminho. Um deles tem até título: ela está escrevendo um romance chamado Cartas para as estrelas e mais uma coletânea de textos, só que desta vez, apenas de poesias.
Identificada pela mãe como estudiosa, determinada, reservada, criativa e um pouquinho teimosa, Maria Eduarda pretende seguir carreira na escrita, mas conta que esse não é seu único sonho: ela, que é apaixonada por diferentes expressões artísticas, não descarta outros caminhos que envolvem cinema, artes plásticas, artes cênicas e música. Ela pretende cursar uma universidade fora do país. Estados Unidos, França ou Inglaterra são suas opções de destino.

As habilidades da jovem foram desenvolvidas desde a infância. Ela começou a ler aos 4 anos e escrever aos 7. A mãe, Denise Marinho, 45, revela que o hábito de ler foi passado por gerações, já que pais e avós sempre presenteavam a menina com livros. A primeira obra literária que recebeu foi da avó paterna. Além disso, Denise conta que para incentivar a leitura, sempre deixava bilhetinhos para a filha quando saía para trabalhar. Outro hábito perdurou até os 9 anos de Maria Eduarda, quando os pais liam toda noite histórias para ela. ;Depois que o repertório de histórias acabou, eu me dei mal, tinha que ficar inventando. Quando cresceu, minha filha passou a ler para mim;, lembra Denise. Hoje, a estudante lê pelo menos, um ou dois livros por mês e seu favorito é O morro dos ventos uivantes.

Outra atividade que fazia parte da infância de Maria Eduarda era participar dos concursos de escrita e desenho promovidos pelo caderno Super, do Correio Braziliense. ;Ela sempre pegava o jornal, procurava os concursinhos do Super e queria participar toda edição. Foi, na verdade, a primeira coisa que estimulou ela a começar a escrever. Ela ganhou muitos prêmios, fomos várias vezes no Correio buscar. Ursos de pelúcia, ingressos de cinema e kits de materiais escolares;, relembra Denise.
[SAIBAMAIS]

O Contos de uma máquina de escrever
A publicação será feita pela editora Livro Novo e o lançamento do livro acontecerá em um evento do Programa de Altas Habilidades na UPIS (União Pioneira de Integração Social), localizada na Asa Sul, quadra 712/912 conjunto A, no dia 3/5 às 16h. Um exemplar custará R$ 15.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá