A Biblioteca Central Blanche Knopf, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), é parceira do curso de Mediação de Leitura, promovido pela Ekó Educação e Cultura, organização pernambucana de assessoria pedagógica. O objetivo é oferecer mais ferramentas para que os alunos se sintam estimulados a ler. ;A biblioteca viu a necessidade de promover um curso assim, porque a leitura hoje em dia traz cada vez mais uma questão histórico-social de inclusão", afirma a coordenadora da biblioteca da Fundaj, Nadja Tenório Pernambucano.
O curso vai ao encontro da humanização das relações entre professor, obra e estudante. ;A leitura é uma forma de enxergar além do que a sociedade coloca para a gente. Tem um ativismo muito forte em como ela dá possibilidades de nos posicionarmos de forma diferente;, aponta a assessora da Ekó Erica Verçoza, que ministra o curso juntamente com a doutora em biblioteconomia Cida Fernandez.
Cida considera a mediação uma peça fundamental do educador para uma abordagem mais didática. ;Entendemos a literatura como essencial para o desenvolvimento humano. Ela cumpre funções essenciais, como a necessidade de fabulação. Se a gente não sonhar, enlouquece;, diz.
Na primeira edição, as aulas foram focadas na capacitação para mediar leitura, mas tanto as professoras quanto os alunos sentiram a necessidade de ir mais adiante. Agora, em sua segunda edição, o curso é dividido em iniciante e avançado e, além de habilitar o mediador, ensina a organizar uma biblioteca escolar, focando na divisão do acervo por cores como forma de classificar os títulos. ;Isso estimula a criança a transitar pelo acervo; ela pega livros que teoricamente não são exclusivos de sua faixa etária, então ela é desafiada;, explica Cida.
Para os professores, as aulas já estão mostrando resultado. A aposentada Maria José de Arimatéia afirma ter passado a entender a leitura como um direito, não só como um prazer. ;Eu melhorei muito profissionalmente. Antes, eu apenas lia a história; agora, faço intervenções, converso, canto e promovo debates;.
Para Mitafá
eu lírico criado por Fátima Gaspar durante uma contação de história ; o curso cria uma responsabilidade maior para com os estudantes na hora de transmitir o conteúdo do livro. ;Ele ampliou demais a minha visão como mediadora, como leitora, e como alguém que perpetua o direito humano. Fiz o primeiro e quando surgiu a oportunidade de fazer o avançado não pensei duas vezes".
O curso é ministrado uma vez por ano, de quinze em quinze dias, entre os meses de julho e dezembro, com duração total de 120 horas e direito a certificação. Tanto o iniciante quanto o avançado se dividem em quatro módulos. As vagas são limitadas.