Jornal Correio Braziliense

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Gênios da robótica com Lego

Estudantes do Sesi Gama representam o Distrito Federal em torneio internacional na Inglaterra nesta semana e pretendem encantar os jurados com um projeto que providencia órteses feitas com impressora 3D para animais com deficiência

Sete jovens dedicados e criativos representarão o DF no Campeonato Aberto Internacional de Robótica da First Lego League (FLL), no Reino Unido, a partir da próxima quarta-feira. Eles são alunos da escola do Sesi (Serviço Social da Indústria) no Gama, formam a equipe Lego Field e tiveram de passar por etapas interescolares, regionais e nacional antes de garantir vaga na fase internacional da competição. Em todas as provas, o objetivo é desenvolver robôs utilizando como matéria-prima peças de Lego ; o tradicional brinquedo de montar ; e conhecimentos em programação. Nesta edição, o tema é ;Animal allies; (aliados animais), que estimula a cooperação entre humanos e bichos. Gabriel Álex de Almeida Serejo, 17 anos, Wallesca Maysa Pessoa Borges, 16, Catharina Farias de Lima, Lucas Alves Sampaio, Matheus Queiroz de Assis, 15, Ana Claudia Alves Negri, 14, e Isabelle Silva Rocha, 11, embarcaram, na última sexta-feira (16), para Bath, cidade da Inglaterra, que sediará o torneio.


Eles estarão entre os 700 competidores a partir de 9 anos de idade de todo o mundo no evento. No total, 100 equipes disputarão entre si durante cinco dias, entre elas sete do Brasil (uma do DF, uma de GO, uma de MG, uma de AL e três de SP, ). Os adolescentes precisarão se esforçar para mostrar habilidades em programação e resolução de problemas. Cada grupo viaja acompanhado de professores e monitores. O time brasiliense se classificou para a final por ter desenvolvido o projeto The Walking Pets, voltado a garantir órteses feitas em impressora 3D para animais com deficiência. A iniciativa consiste numa plataforma virtual que conecta donos de bichos com dificuldade de locomoção e voluntários dispostos a fabricar as peças. Uma das integrantes, Isabelle acredita que a ideia se destacou entre as demais. ;Muitos dos projetos mostravam como os animais poderiam ajudar o ser humano. Nós queríamos fazer o contrário;, diz.


;A gente se sensibilizou por ver que a maior parte dos bichos abandonados é deficiente;, conta. Ela e os colegas contaram com apoio da escola para se desenvolverem. Uma grande ajuda foi o fato de a robótica ser uma disciplina ofertada na grade horária do colégio. Lohane Feitosa, psicóloga do Sesi que acompanha a equipe, explica que todos os estudantes podem participar da competição, mas uma pré-seleção interna (com base em notas, comportamento, entrevistas e dinâmicas de grupo) é usada para formar as equipes. Na prova nacional, o Sesi disputou com três times. ;A gente escolhe aqueles com potencial para desenvolver;, observa.


;A gente também ajuda os meninos na preparação emocional, pois existe muita cobrança;, revela. A cerimônia de premiação ocorre no próximo sábado (24). A maior parte da viagem da equipe brasiliense é custeada pelo Sesi; os pais dos alunos arcam com 20% dos gastos. Esta é a segunda experiência internacional da Lego Field. No ano passado, a equipe também foi classificada para o torneio internacional, que ocorreu na Espanha.

Versão tupiniquim

O Torneio Nacional de Robótica FLL foi criado em 1998, pela First, organização norte-americana sem fins lucrativos, em parceria com a Lego. No Brasil, o Sesi é o executor da prova desde 2013. Neste ano, a fase nacional ocorreu em março em Taguatinga e contou com 740 competidores de escolas públicas, particulares e do Sesi, além de times de garagem.

Talentos do DF

Conheça os membros a equipe brasiliense

Ana Cláudia Alves Negri, 14 anos, aluna do 9; ano do ensino fundamental
;Com a robótica, adquiri vários conhecimentos, fiz amizades, conheci lugares e me interessei por projetos de variados temas. No futuro, quero ser empresária. Competições como a da Lego League promovem integração entre diferentes culturas e estimulam as crianças a se interessarem por ciências, por isso são importantes."

Matheus Queiroz de Assis, 15 anos, aluno do 1; ano do ensino médio
;Comecei na robótica em 2013 por curiosidade. Eu me interessei por causa do torneio. Estamos nos preparando desde agosto do ano passado, passamos por várias horas de treinamento. É um trabalho árduo que traz ótimos resultados. Sempre foi o objetivo chegar aonde chegamos, mas é um passo de cada vez.;

Wallesca Mayssa Pessoa Borges, 16 anos, aluna do 3; ano do ensino médio, faz curso técnico em design
;Minha primeira temporada foi a do ano passado e o nível foi bem parecido com o de agora. Este ano, a gente está muito mais preparado para chegar lá e trazer um troféu para casa. As etapas são as mesmas, mas as experiências nunca são iguais.;


Gabriel Álex de Almeida Serejo, 17 anos, aluno do 3; ano do ensino médio, faz curso técnico em segurança do trabalho
;Quero trazer o prêmio para o DF. Meu objetivo não é só participar: quero ir à Inglaterra para ser lembrado. Quando entrei no Sesi e descobri que existia a robótica de competição, vi que tinha chance. No futuro, quero cursar engenharia mecânica.;

Lucas Alves Sampaio, 15 anos, aluno do 1; ano do ensino médio
;Estou muito ansioso, animado e feliz. Esta será a minha primeira vez no exterior. Antes de ter contato com a robótica, eu era muito tímido e consegui vencer isso. Meu objetivo de vida é desenvolver jogos e animação. Essa ideia clareou com a robótica e acabei me apaixonando
por essa área.;

Catharina Farias de Lima, 15 anos, aluna do 1; ano do ensino médio
;Esta será a melhor viagem que já fiz, só estou me preparando para coisas boas. Eu me interessei pela robótica por gostar de pesquisa. As atividades têm me ajudado a desenvolver responsabilidade e me inspirado a pensar no meu futuro profissional. Quero ser técnica de segurança no trabalho ou bióloga marinha.;

Isabelle Silva Rocha, 11 anos, aluna do 7; ano do ensino fundamental
;Meu pai já tinha mexido com robô de Lego, eu achava legal e me interessei por isso. Resolvi entrar na competição e me encantei: é um mundo maravilhoso. Eu quero ser neurocirurgiã, e a robótica me ajuda na parte da concentração e no foco. Esta é a minha primeira viagem internacional e estou muito ansiosa.;

*Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa