<p class="texto"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2017/05/08/593679/20170508185525735461e.jpg" alt="" /></p><p class="texto"> </p><p class="texto">Garantir o acesso de populações ribeirinhas a água potável. A questão inspirou dois professores da educação básica a desenvolverem projetos que aliam o conhecimento da sala de aula a benefícios diretos às comunidades. Por isso, Wemerson da Silva Nogueira, de Nova Venécia (ES), e Valter Pereira de Menezes, de Parintins (AM), foram finalistas na última edição do <em>Global Teacher Prize</em> ; prêmio internacional da área da educação ; e receberam homenagens do Ministério da Educação na cerimônia de lançamento da décima edição do Prêmio Professores do Brasil. O evento foi realizado na manhã desta segunda-feira, 8, em São Paulo.</p><p class="texto"> </p><p class="texto"> O professor capixaba tem 26 anos e já recebeu 20 prêmios ao longo de sua trajetória, oito deles pelo projeto Filtrando as Lágrimas do Rio Doce, incluindo o <em>Global Teacher Prize</em> 2017 ; onde se destacou como primeiro brasileiro e latino-americano a figurar entre os dez melhores do mundo. Após o rompimento da barragem no município mineiro de Mariana, que matou 22 pessoas e causou destruição ecológica, Wemerson decidiu levar seus estudantes para estudar a tabela periódica na prática.</p><p class="texto"> </p><p class="texto">Por meio de um filtro simples feito à base de pedras e areia oxidada, capaz de filtrar os rejeitos de mineração, o professor e os alunos têm ajudado a população que vive às margens do rio Doce a ter acesso à água potável. Embora não seja recomendada para o consumo humano, é considerada segura para uso doméstico, como lavar roupas, e também para a irrigação. No início, foram 55 filtros. Hoje, são cerca de 1,5 mil, capazes de filtrar mais de 200 mil litros de água. A garantia é dada por empresas parceiras do projeto que colaboram com serviços como a análise da água.</p><p class="texto"> </p> <p class="texto">O projeto começou com 30 estudantes do nono ano do ensino fundamental e do primeiro ano do ensino médio. Agora, são mais de 100. ;Tiro os alunos da sala de aula e os levo até a comunidade de Regência, umas das afetadas pela tragédia. Lá na comunidade, os alunos têm uma perspectiva do que é fazer pelo próximo através da educação e consigo despertar o interesse desses alunos para querer, pelo menos, aprender sobre os elementos químicos, já que no rio Doce tem uma verdadeira tabela periódica;, detalha o professor.</p><p class="texto"> </p> <p class="texto">Caçula de sete irmãos, Wemerson foi o primeiro da família a chegar à graduação, por meio de um curso de educação a distância que conseguiu pagar com esforço. Seus pais são agricultores e ele viu nos estudos a única forma de ter um futuro diferente. Sobre o projeto, disse ainda ter muito a fazer. ;Nossa meta é ajudar 3 milhões de pessoas atingidas pela tragédia de Mariana.;</p><p class="texto"> </p> <p class="texto"><strong>Ribeirinhos</strong> </p><p class="texto">O professor Valter Menezes, de Parintins (AM), também está de olho na água que chega às populações ribeirinhas. Com o projeto Água limpa para os curumins do Tracajá, ele e seus alunos do nono ano do ensino fundamental passaram a construir fossas biológicas para evitar o despejo de dejetos no rio.</p><p class="texto"> </p> <p class="texto">O projeto inclui o desenvolvimento de filtros destinados ao tratamento da água, de forma a torná-la própria para o consumo. ;São 70 famílias beneficiadas com o projeto das fossas biológicas, abertas para impedir a contaminação do lençol freático da nossa comunidade, de onde o povo tira a água para o consumo;, explica.</p><p class="texto"> </p> <p class="texto">Segundo Valter, tudo começou com o questionamento de um estudante, em uma aula sobre meio ambiente e água. O jovem queria saber porque as crianças e demais moradores da região sofriam de diarreia. ;A partir desse questionamento, buscamos alternativas. Adotamos a prática pedagógica do espaço não formal para trabalhar a questão da água, que é um problema mundial.;</p><p class="texto"> </p> <p class="texto"><strong>Castanha</strong> </p><p class="texto">Primeiro brasileiro a ser indicado ao <em>Global Teacher Prize</em>, em 2016, o professor e pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Márcio de Andrade também será homenageado durante o lançamento do Prêmio Professores do Brasil. Com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ele realiza palestras em escolas do seu estado.</p><p class="texto"> </p> <p class="texto">Em uma delas, em 2011, foi procurado pela aluna do ensino médio Bianca Valeguski, que contou sobre a ideia de realizar um projeto de beneficiamento de castanhas de baru, comuns na região do cerrado. A partir da conversa, Márcio tornou-se orientador da estudante, que foi uma das vencedoras do prêmio Jovens Cientistas, em 2012.</p><p class="texto"> </p> <p class="texto">;Ao propor o uso de uma espécie nativa para se transformar em um produto que atende uma necessidade específica, o projeto promove a preservação das espécies. A comunidade pode se beneficiar coletando e processando essa castanha;, explica o professor, ao destacar que, do ponto de vista educacional, o aluno também participa do ambiente em que está inserido.</p><p class="texto"> </p> <p class="texto">Márcio defende que os estudantes utilizem a ciência para mudar a realidade dos locais onde vivem. ;Se tem uma rede que vai promover transformação social, tecnológica e econômica do país é a educação;, ressalta.</p><p class="texto"> </p><p class="texto"> </p> <p class="texto"><strong>Leia mais:</strong><br /><a href="http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=48421" target="_blank">Vencedores do Prêmio Professores do Brasil viajarão à Irlanda e à Inglaterra</a></p><p class="texto"> </p><p class="texto"> </p><p class="texto"> </p><p class="texto"><em>Portal MEC </em></p>