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Escola do Distrito Federal se destaca por ações positivas

Todos os dias nos deparamos com cenas corriqueiras de desperdício de água. Um banho demorado, uma torneira pingando, uma descarga disparada. A torneira da pia que permanece aberta enquanto a louça é lavada. Essas situações estão presentes em diversos ambientes: em casa, na escola, no trabalho. Muitas vezes, é difícil fazer o uso racional e consciente da água. Mas não para o Centro Educacional Agrourbano Ipê, em Brasília.

A escola, com sede no Riacho Fundo II, é um exemplo de consciência coletiva. Há seis anos a instituição desenvolve projetos que agregam soluções sustentáveis para o bom uso da água, envolvendo os alunos e a comunidade local. As ações são realizadas desde 2010, quando a escola foi inserida no projeto Escolas Sustentáveis, do Ministério da Educação.

A vice-diretora do centro educacional, Jedilene Lustosa, defende a iniciativa. ;Não basta economizar; precisamos ter atitudes que preservem a água em todo o seu ciclo;. Segundo Jedilene, a conscientização no uso da água ocorre em todas as áreas da escola. ;Na cantina, a gente reutiliza o resto de frutas para a nossa composteira; na limpeza, eliminamos o uso da mangueira e só usamos balde;, diz. ;Quem chega à escola sabe que aqui tem esse trabalho com a sustentabilidade.;

Um dos projetos culminou na construção de um tanque para criação de tilápias. O professor de ciências e biologia da unidade, Leonardo Hatano, explica que a iniciativa foi pensada com o intuito de fazer com que uma família pequena conseguisse o sustento com a produção de sua própria chácara. ;O coração principal desse sistema é o tanque de peixe;, afirma.

;A partir desse tanque, nós temos a produção de uma proteína de alta qualidade, já que a proteína do peixe é saudável;, exemplifica o professor. ;Além disso, são produzidas diversas plantas, que irão fornecer carboidratos e vitaminas para essa família poder se sustentar;. Leonardo explica, ainda, que a água retorna para o tanque de forma oxigenada, o que viabiliza a economia de água quando comparado ao sistema tradicional de cultivo de peixe. A construção de um segundo tanque já está em andamento.

Reutilização

Em outra iniciativa, a água da chuva tem sido aproveitada para a limpeza das dependências do centro educacional Agrourbano Ipê. Para a diretora da unidade, Sheila Pereira da Silva Mello, além do envolvimento dos alunos, que levam adiante as boas práticas, a economia na escola já é visível, o que gera benefícios para todos.

;Em outubro, nós estávamos com 110 metros cúbicos de água; em novembro passamos a 68. Este ano, nós já pudemos perceber com o início do ano letivo que chegamos a 38 metros cúbicos de economia;, comemora. ;O propósito desse trabalho é a conscientização que nós estamos conseguindo ensinar aos nossos alunos e servidores. Vemos que é um trabalho eficiente na conscientização da importância de economizar a água.;

Agrofloresta

A instituição também criou um sistema agroflorestal, que busca um equilíbrio natural do ecossistema com o intuito de restaurar florestas e recuperar áreas degradadas. Essa cultura ainda incentiva o combate às pragas sem o uso de agrotóxicos ; como tem acontecido na propriedade de Julião de Assis. Ele é avô de uma aluna do centro educacional Agrourbano Ipê e permitiu que o projeto dos estudantes fosse expandido para fora dos muros da escola.

;Os professores vieram e nos ensinaram como plantar, como fazer os canteiros, como adubar. Agora aqui é tudo orgânico;, garante. ;Não tem nada mais, nem química, nem inseticida, nem fogo. É aí que a gente vê que o negócio vai dar certo, porque além de ajudar o meio ambiente, a nossa saúde vai melhorar;. A expectativa de Julião é de que seus filhos e netos deem prosseguimento ao projeto.

Resultados

O professor Leonardo Hatano relata que, com a experiência, não só as notas dos estudantes melhoraram, mas o próprio envolvimento com o conteúdo tem surpreendido. ;A principal mudança é a motivação dos alunos; eles estarem a toda hora querendo vir aqui trabalhar nesses projetos;, celebra. ;O que eu notei mesmo foi que nossas ações realmente criaram um aprendizado significativo para os alunos.;

Wynne Costa, de 13 anos, se orgulha dos projetos da escola em que estuda e já planeja levar o aprendizado do dia a dia no ambiente escolar para casa. ;Quero fazer uma horta vertical, onde quero colocar plantas medicinais e temperos. Também quero fazer um jardim na minha janela;. A estudante garante não ver dificuldades. ;Não é difícil, não. Eu acho legal por isso: porque economiza água, você reutiliza coisas, faz a reciclagem e ainda consegue plantinhas. E ainda fica bonito.;

As lições motivam da mesma forma a estudante Luana Jesus. Ela inclusive já planeja o que fazer quando ingressar na faculdade: engenharia ambiental. A escolha do curso, explica, parte da certeza de que irá colaborar também para a preservação do meio ambiente. ;Eu acho bom porque a gente pode praticar, plantar, fazer o que a gente gosta;, afirma. ;A escola me ensinou que plantar é muito bom. E ajuda o mundo, porque ajuda nas nascentes, ajuda a não poluir e é sustentável também porque a gente pode tirar alimentos da natureza sem agrotóxicos.;

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