Jornal Correio Braziliense

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Fundação investe na formação humana de equipe dos Centros Olímpicos

Oficina sobre inteligência emocional traz reflexão sobre como equilibrar questões pessoais e profissionais, dando destaque aos talentos e habilidades do indivíduo no ambiente de trabalho

Neste início de 2017, o investimento da Fundação Assis Chateaubriand será na formação humana de sua equipe pedagógica que atende cerca de 30 mil crianças, jovens, adultos e idosos, com e sem deficiência, em 7 Centros Olímpicos e Paralímpicos do Distrito Federal, numa parceria com a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer. Nos dias 13 e 20 de fevereiro e 6 de março, os cerca de 200 profissionais ; entre professores de educação física, assistentes sociais, pedagogos e psicólogos ; participam de uma oficina sobre inteligência emocional, ministrada pelo consultor e psicoterapeuta Marcos Terra.

A iniciativa começou em Samambaia, com os funcionários das unidades esportivas de Riacho Fundo I e Samambaia. E também atingirá as turmas de Ceilândia (Parque da Vaquejada e Setor O), Estrutural, São Sebastião e Sobradinho. Segundo a superintendente executiva da Fundação Assis Chateaubriand, Mariana Borges, sempre houve um estímulo da entidade para que cada um busque suas formas de se desenvolver, adquirir novos conhecimentos e evoluir como ser humano. ;A ideia agora é oferecer, de forma estruturada com um especialista na área, a oportunidade de nossos profissionais refletirem sobre si mesmos, se conhecerem e saberem agir melhor diante das situações que surgem pessoal e profissionalmente;, ressalta Mariana.

Para o psicoterapeuta Marcos Terra, é fundamental esse investimento corporativo nas pessoas.


;Em pleno século 21, as organizações que não trabalham capital humano estão fadadas à falência. Não há como ter sustentabilidade se ficarem só focadas na organização em termos de estrutura técnica ou física e não buscarem essa valorização das pessoas. Sabemos o quanto é bom trabalhar numa organização onde tenho saúde emocional, tenho prazer em trabalhar. É onde entra a inteligência emocional, como trabalho isso com meus colegas, com meu superior. Essa é grande sacada da vida para não adoecermos;, defende o especialista.

Vivência


A oficina começa com a base conceitual, do que é inteligência emocional, inteligência interpessoal, intrapessoal, espiritual, e chega na aplicabilidade disso tudo no dia a dia. ;A inteligência emocional é quando eu compreendo as minhas emoções e fica muito mais fácil conviver com as outras pessoas. As emoções, se não trabalhadas, acarretam doenças de ordem emocional, segundo a psicologia psicossomática;, explica Marcos Terra.

Fala-se ainda sobre habilidades e competências, tipos de liderança e a importância de saber usar cada uma no momento certo ; liderança carismática, autoritária, compartilhada e colaborativa. O consultor faz um reforço das qualidades e atributos individuais, mostra como identificar os aspectos negativos e também reconhecer no que somos bons. São dicas de como criar um currículo azul, reforçando as potencialidades.

Depois dos conceitos, passa-se para a vivência, com dinâmicas que utilizam música, balões, movimentos corporais, relaxamento e mais uma reflexão, sobre quem é você, seu papel no mundo e para quê você está aqui. ;Estamos aqui para sermos felizes no ambiente de trabalho, na família, no ambiente comunitário. Se você não compreende suas emoções e como lidar com raiva, ciúme, medo, ansiedade, adoece. Até que ponto a raiva e o medo são positivos? Todos os extremos ou faltas acarretam ruídos e geram doenças a médio e longo prazos;, afirma Terra.

Experiências

Os professores Éden Santos Silva, do Centro Olímpico e Paralímpico de Riacho Fundo I, e Itamar Nunes, da unidade de Samambaia, nunca haviam ouvido falar em inteligência emocional. Para eles, foi interessante conhecer mais sobre o assunto. ;Vimos que a paciência e a compreensão devem estar presentes não só na família, mas no ambiente de trabalho. É preciso trabalhar com o seu pensamento para trabalhar não só com os alunos, mas com o dia a dia de cada profissional;, observou Éden. Itamar reconhece que a oficina foi produtiva: ;Tudo foi válido e vai ajudar no meu dia a dia. Despertou interesse o convívio, ser mais apegado com a família, ter harmonia dentro de casa para sair depois. O que fica de aprendizado é ter mais diálogo.;

Já a psicóloga Aline Rodrigues, de Samambaia, conhecia o conceito, porém não de forma aprofundada. Ela avalia que foi uma boa oportunidade para se refletir: ;É muito fácil entrar no automático e fazer o que é aceito, o que é socialmente comum. Ter um momento de voltar a si mesmo é algo que depende de uma decisão, de parar e fazer isso. Ter isso no ambiente de trabalho é uma chance de voltar a si mesmo e poder contribuir mais para o todo. Nossa essência precisa disso, da participação de si mesmo no contexto em que você está inserido. Aqui pudemos integrar o pessoal com o trabalho do dia a dia e ter uma atuação mais equilibrada, com muito mais paz.;

Esporte e Cidadania

Fundação empresarial sem fins lucrativos ligada aos Diários Associados, a Fundação Assis Chateaubriand desenvolve uma série de projetos de responsabilidade social e atua em parcerias no desenvolvimento de políticas públicas. Ao lado da Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do Distrito Federal, a Fundação é responsável pela gestão pedagógica de 7 dos 11 Centros Olímpicos e Paralímpicos do DF: Ceilândia (Parque da Vaquejada e Setor O), Estrutural, Riacho Fundo I, Samambaia, São Sebastião e Sobradinho. O trabalho consiste no planejamento e execução de aulas e eventos esportivos, comemorativos e cursos de qualificação social para crianças, jovens, adultos e idosos, com e sem deficiência.

Calendário de oficinas sobre inteligência emocional



13/2: Equipes dos COP Riacho Fundo I e Samambaia. Local: COP Samambaia

20/2: Equipes dos COPs Estrutural, São Sebastião e Sobradinho. Local: COP Estrutural

6/3: Equipes dos COPs Ceilândia ; Parque da Vaquejada e Setor O. Local: COP Parque da Vaquejada