A queda na qualidade do ensino médio é o principal argumento dos deputados favoráveis à Medida Provisória 746/16, que altera o ensino médio. Já os contrários denunciam que a falta de investimento no setor vai deixar as mudanças apenas no papel.
Para o deputado Bacelar (PTN-BA), o investimento deveria se concentrar na infraestrutura das escolas públicas brasileiras e na qualificação de professores. ;Essa reforma vai bagunçar o ensino brasileiro e é impossível de ser implementada. Nas nossas escolas, quando chove, molha mais dentro do que fora;, criticou.
O deputado Thiago Peixoto (PSD-GO), no entanto, lembrou os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) demonstrando queda na qualidade do ensino no País. ;Só sete países são piores que nós. E isso impõe a necessidade de medidas rápidas e urgentes. Vamos dar ao jovem a oportunidade de escolher o seu destino;, disse.
Escassez de recursos
O líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), no entanto, disse que a realidade da educação brasileira é de escassez de recursos. ;Falar em reforma do ensino médio massacrando professores com a reforma da Previdência e a PEC dos Gastos é uma mentira;, disse ele. Valente disse ainda que a proposta tem um viés elitista do ensino público ao focar em educação profissionalizante.
Já o deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF) destacou que a medida provisória marca o início de uma mudança no ensino. ;Não poderíamos ficar com os braços cruzados vendo a educação brasileira ir para o brejo. Estamos apenas avançando e precisamos avançar muito mais;, disse.
A queda na qualidade do ensino médio também foi apontada pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), para quem a medida provisória rompe com um ;imobilismo; na discussão de mudanças mais profundas. ;O governo faz bem em romper esse imobilismo, esse tema é discutido há mais de 20 anos;, disse. Para ele, as corporações trabalham contra mudanças. ;Quando se fala na necessidade de discutir métodos de alfabetização, as corporações de sindicatos de professores não deixam;, disse.
Os professores foram defendidos pelo deputado Chico Alencar (Psol-RJ). ;Qualquer mudança educacional precisa do envolvimento não só do setor docente, mas da valorização de sua formação educacional;, afirmou.
O presidente da comissão especial que analisou a MP, deputado Izalci (PSDB-DF), voltou a dizer que a medida foi discutida em profundidade. ;A medida provisória pega 90% do texto já discutido pela Câmara, e nós aceitamos sugestões da oposição;, destacou. ;Colocamos R$ 1,5 bilhão para incentivar o início do ensino integral;, destacou.
Agência Câmara