O Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira, 6, os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) ; Programme for International Student Assessment ;, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em entrevista coletiva, o ministro da Educação, Mendonça Filho, mostrou preocupação com os resultados, sobretudo com as notas de matemática apresentadas pelos estudantes.
O desempenho médio dos jovens brasileiros de 15 anos na avaliação da disciplina foi de 377 pontos, valor significativamente inferior à média dos estudantes dos países membros da OCDE: 490. ;Nos últimos 12 anos, o acesso ao ensino melhorou, mas não evoluímos em qualidade. A necessidade da reforma do ensino médio se traduz nos dados;, disse o ministro.
;Tivemos a divulgação do índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) e, agora, o Pisa. O desempenho em matemática piorou em relação a anos anteriores.;
Os estudantes da rede estadual tiveram uma média de 369 pontos; da rede municipal, 311 ; diferença estatisticamente significativa com relação ao primeiro. Estudantes da rede federal tiveram melhor desempenho (488 pontos). No entanto, isso não é estatisticamente diferente do desempenho médio dos estudantes de escolas particulares (463).
Por unidade da Federação, o Paraná apresentou melhor desempenho (406 pontos) e Alagoas, o pior (339). Contudo, o Paraná não atingiu a taxa de respostas exigida, o que prejudica uma análise fidedigna desses estados. Praticamente em todas as unidades federativas o desempenho em matemática dos meninos superou o das meninas.
Os estudantes brasileiros apresentaram melhor desempenho em itens da categoria quantidade (valor em dinheiro, razão e proporção e cálculos aritméticos). Isso significa que o manuseio com dinheiro ou a vivência com fatos que gerem contas aritméticas ou proporções é uma realidade mais próxima dos estudantes do que, por exemplo, espaço e forma.
A categoria de conteúdo com os maiores valores no índice de desempenho foi a de espaço e forma. Esta subárea da avaliação de matemática envolve uma diversidade de propriedades encontradas em vários lugares no mundo físico e visual. Trabalha-se, por exemplo, com as propriedades das figuras geométricas, como o perímetro ou a área, e as características das figuras espaciais entre outras. A interação dinâmica com formas reais, bem como com suas representações, mostrou-se um conteúdo mais difícil e trabalhoso para os estudantes de 15 anos.
Com relação à categoria de contexto, os resultados mostram que os estudantes de 15 anos têm mais facilidade quando a matemática envolve diretamente atividades cotidianas, família ou colegas. Problemas como preparação de refeições, jogos, saúde pessoal ou finanças pessoais são situações mais facilmente ;matematizadas; e resolvidas autonomamente.
Algo semelhante ocorre com o mundo laboral e ocupacional, desde que acessível e condizente com a condição de um estudante de 15 anos. Isso é mais facilmente reconhecido pelos jovens e representado, por exemplo, por decisões profissionais, controle de qualidade, regras de pagamento de trabalho etc.
No âmbito do processo, a categoria formular obteve o maior nível de dificuldade em todas as unidades federativas. A diferença foi considerável em relação à categoria empregar, a segunda com os maiores valores do índice de desempenho. A categoria interpretar foi a mais fácil para os estudantes brasileiros.
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