De acordo com a avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), com base nos resultados da avaliação de 2015, divulgados nesta terça-feira, 6, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil está estacionado há dez anos entre os piores desempenhos do lista. O Pisa mediu o conhecimento dos estudantes de 72 países em leitura, ciências e matemática. Nas três, a média dos estudantes brasileiros ficou abaixo da dos demais países. Em matemática, o país apresentou a primeira queda desde 2003, início da série histórica da avaliação, e constatou que sete em cada 10 alunos brasileiros, com idade entre 15 e 16 anos, estão abaixo do nível básico de conhecimento.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, lamentou os números. ;Esse resultado é uma tragédia!”, afirmou ele. ;E confirma exatamente o diagnóstico que fizemos, desde o início da nossa gestão, de que, apesar de nós termos multiplicado por três o orçamento do Ministério da Educação, em termos reais, o desempenho ficou estagnado ou até retrocedeu, como é o caso específico de matemática.; O ministro apontou quatro pontos que precisam ser priorizados para reverter esse quadro no país: alfabetização, formação de professor, Base Nacional Comum Curricular e reforma do ensino médio.
Os números foram apresentados na manhã desta terça-feira, 6, no Seminário do Pisa 2015, na sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Na ocasião, o ministro aproveitou para anunciar medidas urgentes que visam reverter o quadro ; especialmente dos alunos da educação básica que, segundo ele, sofrem com a má formação ainda na alfabetização, e vão acumulando um desempenho ruim ao longo da trajetória escolar. Mendonça Filho espera contar já no início do ano que vem com a nova Base Nacional Comum Curricular, que deve contemplar desde o ensino infantil até o nono ano do fundamental. ;Queremos concluir essa base, pois ela vai possibilitar aos estados e aos municípios, especialmente aos municípios, ter um foco do ponto de vista de conteúdo homogêneo, e ser mais efetivo no aprendizado das crianças do país.;
Outra medida apontada por Mendonça Filho é a reforma do ensino médio, que corresponde exatamente à segunda parte da Base Nacional Comum Curricular. O ministro afirma que a prova do Pisa reforça a necessidade de mudança. ;O novo desenho do ensino médio vai dialogar com as mudanças que nós estamos propondo e que, de certo modo, casam com o diagnóstico que está sendo feito. E como boa parte da pesquisa feita pelo Pisa é a partir do ensino médio ; quase 80% ; é um número considerável de jovens que foram avaliados e que mostra claramente que o desempenho do ensino médio em matemática, ciências e leitura foi muito baixo.;
Pisa
Os instrumentos do Pisa (testes e questionários) propiciaram três principais tipos de resultados: um perfil básico de conhecimentos e habilidades dos estudantes, como tais habilidades são relacionadas a variáveis demográficas, sociais, econômicas e educacionais, além das tendências que acompanham o desempenho dos estudantes e monitoram os sistemas educacionais ao longo do tempo. No Brasil, a avaliação trienal de estudantes com idade entre 15 anos e 3 meses (completos) e 16 anos e 2 meses (completos) no início do período de aplicação é uma responsabilidade do Inep.
Para a edição 2015 foram selecionados estudantes das 27 unidades da Federação. Participaram 23.141 alunos de 841 escolas do Brasil que, pela primeira vez, fizeram uma aplicação totalmente computadorizada. O perfil típico do estudante brasileiro participante foi do sexo feminino (51,5%), matriculado no ensino médio (77,7%) de uma rede de ensino estadual (73,8%), localizada em área urbana (95,4%) e no interior (76,7%).
Cingapura foi o único país que obteve as maiores notas e liderou o ranking nas três matérias. Na é possível conferir todos os indicadores da avaliação.
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Portal MEC