O êxito no concurso foi uma surpresa para Laryssa. ;Não estava esperançosa e entreguei o texto próximo da data limite de envio. Dessa forma, não houve tempo de fazer muitas mudanças e correção. Quando minha professora me ligou para dar a notícia, não acreditei no início, mas quando a ficha caiu foi uma felicidade só. É a primeira vez que o Pará representou o Brasil na etapa internacional, e poder representá-lo me deixou muito contente;, comemora.
A estudante, que já havia ficado em 3; lugar no concurso estadual de cartas em 2014, encontrou inspiração no momento desfavorável que o país se encontra. ;Enquanto jovem, me sinto responsável em me posicionar frente às mudanças de impacto global;, diz. A professora de literatura, Tadia Cristina Nunes.
Para receber a premiação, a paraense viajou para Brasília acompanhada dos pais, Raimundo Lucas Pinto e Raquel da Silva Pinto. ;Participamos de uma cerimônia e recebi como prêmio troféu, certificado, menção honrosa; presentes como relógio, kit esportivo com itens que representam várias modalidades de esportes; além de R$ 5 mil.
A jovem conheceu os pontos turísticos durante a estadia na Capital. O lugar em que ela mais gostou de visitar foram o Senado e a Câmara dos Deputados. ;Vi o Congresso como uma verdadeira exposição e museu em que retrata a história do Brasil desde os princípio. Fiquei encantada com os artigos históricos e com o registro da construção e modernidade de Brasília. Havia visto pela internet e televisão, mas pessoalmente é outra coisa. Comparei com a minha cidade que também foi planejada, mas em uma escala menor;, revela. A vencedora gosta de escrever cartas porque não teve essa vivência. Além disso, ela tem o hábito de escrever contos, reproduzindo e registrando a cultura de sua região, que é passada oralmente. A estudante lê de tudo, mas prefere crônicas. ;Tenho um caderno com meus textos. Para escrever uma redação tem que ter conhecimento vasto de outros gêneros;, explica.
A vencedora manda um recado para quem participou ou não do concurso: ;Por mais complexa que pareça ser a escrita, essa habilidade parte de um princípio básico que é a leitura. Como diria minha professora, um texto nunca é 100% nosso. Ou seja, para chegar ao senso crítico, é necessário uma leitura apurada, não só em livros, mas em tudo que enxergamos à frente. A escrita exige que saiamos de nós mesmos e integremos o mundo, por meio da análise crítica. O que falta na juventude é isso, as pessoas acham que ler e escrever é chato, mas são práticas importantes para a construção do caráter e personalidade. As escolas deveriam pregar isso com mais ênfase e os alunos precisam se encantar mais;.