Na competição com mais de 100 países todo o mundo, o Brasil ficou à frente de equipes europeias com mais tradição como Alemanha, Bulgária, Romênia e Espanha. Desbancou também equipes vizinhas que costumeiramente ficavam em classificações melhores, como Argentina e Peru.
A equipe Brasileira, que desembarca em São Paulo no domingo (17), foi formado pelos medalhistas de prata João César Campos Vargas, 17 anos, de Passa Tempo (MG), bronze na IMO 2015; Andrey Jhen Shan Chen, 16 anos, de Campinas (SP); Daniel Lima Braga, 18 anos, de Eusébio (CE), prata nas edições 2014 e 2015; Pedro Henrique Sacramento de Oliveira, 16 anos, de Vinhedo (SP), prata no ano passado; e Gabriel Toneatti Vercelli, 18 anos, de Osasco (SP), bronze na IMO 2015. E pelo medalhista de bronze George Lucas Diniz Alencar, 17 anos, de Fortaleza (CE). O grupo teve como líder o professor Nicolau Saldanha e, vice-líder, o professor Samuel Barbosa Feitosa.
Curva ascendente
Apesar de ter muitos altos e baixos, o desempenho brasileiro na competição segue um padrão de melhora desde a primeira participação. Entre 2010 e 2011, por exemplo, o país subiu da 35; para a 20; colocação. No ano passado, o Brasil havia sido o 22; colocado.
Cadê as mulheres?
Apesar dos bons resultados, a participação feminina na competição ainda parece ser um desafio para o país. Nos 37 anos em que equipes brasileiras foram ao evento, apenas 9 tiveram mulheres. O número representa apenas 4% do total de participantes brasileiros em todos os anos.
E, ao contrário do desempenho geral da equipe, este dado não tende a melhorar. Há quatro anos nenhuma mulher é selecionada para formar o time. A última atuação de uma integrante do sexo feminino pelo Brasil foi em 2012, quando Maria Clara Mendes Silva recebeu uma menção honrosa. A comissão que seleciona a equipe (veja mais detalhes abaixo) também é predominantemente masculina. São 35 homens e apenas uma mulher.
A olimpíada
A competição é considerada por acadêmicos de todo o mundo a mais importante da área. A primeira IMO foi em 1959 na Romênia e teve apenas 7 países. O número de nações chegou a 109 neste ano, em Hong Kong. A próxima edição será no Brasil, em 2017. Cada equipe deve ter seis participantes secundaristas ou que ainda não tenham ingressado na universidade.
No Brasil, os concorrentes são selecionados por uma comissão formada por membros da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). Para se candidatar, o aluno deverá ter ganhado pelo menos uma medalha de ouro, prata ou bronze em alguma edição da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). Entretanto, antes de fazer as provas e passar pelo treinamento necessários para que se qualifique a disputar olimpíadas internacionais de matemática em nome do país, a comissão decidirá se aceita ou não o pedido.
Ficou curioso para saber como são as provas? Acesse aqui o teste feito neste ano e aqui o primeiro realizado por um brasileiro, em 1979.
Saiba mais sobre a OBM e a IMO nos sites oficiais.