;A ideia é mostrar aos jovens como a política pode melhorar a sociedade. Para muitos adolescentes, a política se resume a corrupção. Aqui, ele entende como o trabalho do deputado pode transformar o país;, explicou Erenince Fontoura, coordenadora do evento.
Para participar, os alunos enviaram um projeto de lei de autoria própria. Os donos das melhores sugestões ganharam uma passagem para Brasília. Aqui, estão tendo oportunidade de colocar a lei para votação, sob análise dos colegas. Foram selecionados 78 dos 1.785 estudantes de ensino médio inscritos nessa edição.
O único participante do Distrito Federal é Miguel Silveira, 16 anos, estudante do 3; ano do Centro Educacional 1 do Guará. Ele ganhou a vaga no Parlamento Jovem com a proposta de tornar obrigatória a realização de referendo popular sempre que uma lei tratar de reforma política. ;Este ano, foi aprovado o financiamento privado de campanha, mesmo com forte reprovação popular;, explicou o brasiliense. O objetivo é dar ao povo a decisão final sobre leis que mudem a estrutura política no Brasil.
;É muito bom discutir política por prazer, com amigos na hora do jantar. Como deve ser. A política não pode ser um tema considerado chato para as pessoas da minha idade. Adoro estar entre pessoas com tanta vontade de aprender;, exclamou Miguel.
Um dos novos amigos que Miguel fez foi o cuiabano Gabriel Lima, 18 anos. Autor do projeto que prevê benefícios como meia-entrada em espetáculos culturais para quem doar medula óssea. Durante a visita guiada pelo congresso, ficou impressionado com as passagens subterrâneas que ligam a Câmara ao Senado. Mas outro detalhe também o impressionou: ;Não imaginava que existiam tantos jovens engajados com política, e tantos projetos interessantes;, narra Miguel. ;Vou espalhar o interesse por política entre os meus amigos quando eu voltar para Cuiabá;, prometeu.
Para Vera Lúcia Reis, coordenadora do Parlamento Jovem, Gabriel representa bem o principal objetivo do evento. ;Queremos que eles sejam lideranças na escola e na cidade onde moram. Esses 78 jovens podem mudar a sociedade, e aqui nós mostramos como a política pode ajudar;, explica Vera.
Durante toda a visita pelo Congresso Nacional, é possível ouvir debates acalorados entre os estudantes sobre algum tema do noticiário político. A explicação dos guias sobre as obras de arte espalhadas pelo Salão Verde da Câmara ficaram em segundo plano. Até na hora do almoço, os estudantes não se aquietam em comentar a nova fase da operação Lava-Jato, ou opinar sobre o mandato de Dilma Rousseff.
"Tenho de aproveitar que as pessoas aqui se interessam em falar desses assuntos. Entre os meus amigos, falam que eu sou chato por gostar de política", brincou o Gaúcho Pedro Cenci, 17 anos.