O Nordeste representará integralmente o Brasil este ano, com os competidores Delson B. de Oliveira Filho, 16 anos, de Sergipe; Felipe Vieira Coimbra, 17, do Piauí; e mais três estudantes do Ceará.
"Ele é totalmente autodidata, acho bacana que pela idade dele ele já tenha tanto foco e disciplina, corra atrás de comprar livros, tenha uma rotina pessoal de estudos", disse Nilse Vieira, mãe de Felipe, que ano passado voltou da Romênia com medalha de prata na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, da sigla em inglês).
Os colégios de Fortaleza (CE) Ari de Sá, Cavalcante e Farias Brito têm como tradição mandar alunos para a olimpíada. Este ano, o Ari de Sá, que soma mais de 60 medalhas em competições acadêmicas nacionais e internacionais, teve selecionado o aluno Mateus Arraes F. Barbosa, 17 anos. Do Farias Brito foram classificados Felipe de Castro Silva, 18 anos, e Tafnes Silva Barbosa, 18 anos.
[SAIBAMAIS] "Para se preparar, Tafnes passava o dia no colégio estudando e viajou quatro vezes com a equipe das Olimpíadas para São Paulo para se preparar com os outros selecionados. Ele pretende cursar o ITA e frequenta a turma ITA do Farias Brito", disse Jemima Silva Barbosa, 18, irmã do estudante. Tafnes atualmente cursa o terceiro ano do ensino médio e está competindo internacionalmente pela primeira vez.
"Eles estão maravilhados tanto com a chance de ver outras culturas como de conhecer outro país, mas até agora estávamos isolados aqui por causa da estrutura das provas", disse o professor Teixeira Jr., um dos acompanhantes dos garotos no evento.
O professor Munemasa Machida, líder do time e coordenador da Olimpíada Brasileira de Física pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) desde abril de 2014, foi o responsável por ministrar as aulas preparatórias realizadas entre maio e junho, e também embarcou com os alunos na viagem. No ano passado, sob sua liderança, a delegação brasileira conquistou cinco medalhas de bronze, em Astana, no Cazaquistão.
As provas aplicadas no evento serão planejadas a partir do programa geral conhecido como Syllabus, aprovado pelo comitê internacional, que inclui conteúdos mais avançados do que os exigidos pelo Ministério da Educação (MEC) para o ensino médio.
"Para eles chegarem nesse nível de competição internacional faz toda a diferença o papel do professor como um guia, indo além do material básico para materiais de mestrado ou livros russos, dando um diferencial", disse o professor de física de Felipe e Tafnes, Carlos Eduardo. "São dois alunos diferenciados que descobriram o interesse por olimpíadas na matemática e depois quiseram participar na física. Eles adoram puzzles e desafios", completou.
A IPhO ocorre anualmente desde 1967, sempre em um país diferente, e foi concebida como uma forma de reconhecimento à crescente importância dos estudos da física em ciência e tecnologia internacionais.