Na Escola Classe 6, no Guará 2, dois dos 26 professores regentes paralisaram as atividades. A unidade abriu e alguns alunos tiveram aula, mas nem todos os 513 estudantes compareceram. A página da escola em uma rede social foi o canal de comunicação para avisar à comunidade do expediente. De acordo com funcionários, a orientação é de imparcialidade por parte da administração. Dessa forma, cabe a cada educador escolher se vai aderir ou não ao movimento. No entanto, a preocupação com o agravamento do arrocho financeiro por causa do corte de ponto no período de greve tem feito com que muitos retornem ao trabalho. A insegurança é a de que, além de ficarem sem receber férias e 13; salário, apareçam no contracheque descontos pelas jornadas não cumpridas.
Na Escola Classe 17, em Taguatinga, pelo menos 50% dos estudantes faltaram, ontem, em razão da greve. Lá, estudam 340 alunos, do 1; ao 5; ano, com turmas regulares e inclusivas. A instituição divide espaço com o Centro de Ensino Fundamental 17 e com o Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab) e foi especialmente atingida pela greve. ;É comum que alunos daqui tenham irmãos matriculados nas escolas ao lado. Assim, se um não tem aula, acontece de os pais não trazerem os meninos para cá também;, explica uma funcionária. Segundo ela, a expectativa é de que a frequência aumente com o passar dos dias, até mesmo pela divulgação de que algumas turmas estão em atividade.
Por causa da antecipação do horário, a dona de casa Adriana Ferreira de Melo, 39 anos, teve de buscar a filha Giovana Stefane Ferreira Costa, 7 anos, mais cedo, na EC 17. ;As aulas dela foram até as 11h30. O irmão dela estuda no CEF 17 e não teve aula hoje. É muito ruim a insegurança, sem saber se eles vão ter aula. Entendo o lado dos professores, mas a greve atrasa os estudos. Os alunos da rede particular começaram as aulas há duas semanas e os da pública ainda não. O calendário está atrasado e não tem dia certo para a situação se normalizar;, desabafa.
PARA SABER MAIS ;
Processo de 50 dias
A Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) se trata da obtenção de empréstimo por parte do GDF. Para ser viabilizado, porém, é preciso cumprir uma série de procedimentos e pode demorar até 50 dias. Isso porque o projeto da ARO foi aprovado na Câmara Legislativa na semana passada, mas precisa de aval da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) do governo federal e de intermédio do Banco Central. Nesse momento, o Palácio do Buriti aguarda resposta de sete instituições financeiras que farão uma contraproposta com as condições para o empréstimo. A posição dos bancos, ao lado de certidões negativas, é encaminhada à STN. O órgão analisa o pedido do GDF e, se estiver de acordo, encaminha o processo ao Banco Central, que faz um chamamento público. A instituição financeira que tiver a melhor proposta, com juros mais baixos, é a escolhida, e o recurso chega ao caixa. A operação não é vantajosa para o Estado, pois os juros, dificilmente, são menores do que 15%. Assim, o GDF pegaria R$ 400 milhões emprestados e, no fim do ano, pagaria R$ 460 milhões.