O programa, que existe desde 2012, beneficia estudantes de 96 instituições e garante duas refeições por dia para alunos em situação de vulnerabilidade social. A maioria dos diretores entrevistados pelos pesquisadores percebeu aumento da frequência dos alunos depois da implementação do programa (31,3% consideram a influência muito grande e 37,5%, grande).
Outro dado é que mais de 40% das escolas pesquisadas produzem alguns alimentos utilizados nas refeições dos alunos. Além disso, quase 60% têm atividades pedagógicas extras relacionadas à refeição escolar. "A alimentação saudável é muito mais do que uma questão puramente nutricional, ela envolve vários aspectos sociais e culturais que devem ser levados em consideração", disse o técnico de políticas sociais e promoção social da Codeplan, José Parente. A pesquisa foi feita em 48 escolas ; 701 alunos a partir de 10 anos e 48 diretores foram entrevistados em novembro de 2014.
Os técnicos da Codeplan não determinaram se o programa influenciou os hábitos alimentares dos alunos fora da escola, mas perceberam que a base alimentar dos entrevistados, mesmo em casa, passou a ser mais saudável ; 64,9% comem pelo menos uma fruta por dia; 60,9% ingerem salada crua; e 60,9% alimentam-se de um pedaço ou mais de carne, peixe ou frango por dia. "Esses dados são preciosos para que a gente planeje uma gestão mais eficiente; vamos estudar esses números e focar nossas ações para juntar no prato qualidade, visual e sabor", disse a subsecretária de Infraestrutura e Apoio Institucional da Secretaria de Educação do DF, Júlia Mandarino. Para isso, a pasta conta com o trabalho de 83 nutricionistas.
Objetivos
O programa de complementação alimentar faz parte da Política de Segurança Alimentar e Nutricional, criada nacionalmente em 2006. Normalmente, as crianças recebem uma refeição por dia na escola ; exceto aquelas que estão em instituições de turno integral. Quem participa do programa recebe duas. Por exemplo, pela manhã, o aluno toma o café da manhã e almoça na escola. Nas 96 instituições, são distribuídas, em média, 576,8 refeições por dia. Entre os objetivos do programa estão aumentar o rendimento pedagógico, melhorar a qualidade da merenda e reduzir o abandono e a evasão escolar.