Ao longo do ano, os jovens, que tem entre 13 e 17 anos, vão se reunir seis vezes para aperfeiçoar o estudo da matemática. O primeiro encontro começou na sexta-feira (7) e segue até o domingo (9).
O coordenador do Peci, Paulo Rodrigues, explica que as aulas abordam a matemática em um nível mais avançado, adequado para competições internacionais. A meta, segundo ele, é ampliar a participação de alunos das escolas públicas nas disputas. ;Até 2009, praticamente só tínhamos alunos de escolas particulares. De 2011 pra cá, os estudantes de escolas públicas também estão conseguindo participar de competições internacionais de matemática;, disse Paulo Rodrigues.
Segundo o coordenador, a intensificação do treinamento já mostrou resultados na participação de estudantes das escolas públicas na principal competição internacional, a Olimpíada Internacional da Matemática. ;Para essa olimpíada temos conseguido mandar dois ou três alunos da rede pública dentre os seis estudantes brasileiros que participam. A expectativa é manter esse resultado;.
Um dos estudantes que está em Brasília é Guilherme Goulart, de 13 anos, que cursa o ensino médio no Colégio Militar de Porto Alegre e já conquistou medalha de ouro em 2013 na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e também é medalhista na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM).
Guilherme diz que o interesse pela matemática surgiu no cursinho preparatório que fez para a prova de seleção do colégio militar e, a partir de então, decidiu investir no estudo da matéria para participar de competições. ;Quando entrei no colégio comecei frequentar o preparatório para as olimpíadas. Era organizado por um professor que se reunia com um grupo em uma sala para resolver problemas de matemática e ir além do estudado no dia a dia em sala de aula;, conta. Para ele, o incentivo da escola e de professores é fundamental para despertar o interesse dos estudantes pela matéria. ;Se tivesse mais incentivo até dos professores, a matemática seria muito mais aceita pelos estudantes;, diz.
Os professores que preparam os jovens têm experiência em competições e são docentes de universidades e pós-graduandos. O professor de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fábio Brochero, prepara há quatro anos os jovens para competições internacionais. Ele avalia que o ganho dos estudantes vai muito além dos prêmios conquistados.
;Os meninos que saem daqui são bons na carreira que escolherem porque a matemática é saber raciocinar e isso vale para todos os campos. Vai muito além da parte dos números, o raciocínio que está por trás tem muito valor;, disse.
Os estudantes que participam do Programa Preparação Especial para Competições Internacionais foram premiados em olimpíadas brasileiras. Além do treinamento em Brasília, ao longo de 2014 eles também vão participar de fóruns virtuais onde terão aulas e poderão trocar ideias com colegas e resolver problemas matemáticos.
A competição mais importantes para os estudantes é a Olimpíada Internacional de Matemática, evento anual que tem participantes de cerca de 100 países representados por equipes de até 6 estudantes do ensino médio ou que ainda não tenham ingressado na universidade.
O Programa Preparação Especial para Competições Internacionais (Peci) foi criado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), que coordena a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).