Jornal Correio Braziliense

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DF precisará contratar mais de 16,8 mil professores até 2030

Estudo da Codeplan mostra ainda que será preciso criar 570 mil vagas para estudantes em todos os níveis de ensino

O Distrito Federal precisará contratar mais de 16,8 mil professores para atender a demanda da rede pública de ensino até 2030, de acordo com estudo da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). A pesquisa inclui as projeções demográficas para 2030 no DF e área metropolitana e os impactos na educação, saúde, transporte, emprego e infraestrutura urbana.

Na parte de educação, o estudo analisou todos os níveis de ensino: educação infantil e ensinos fundamental, médio, profissional e superior. O objetivo do governo é que, a partir dos dados, seja possível planejar ações para reduzir os impactos do aumento da população.

Para 2030, o estudo prevê atendimento de 100% dos estudantes dos ensinos infantil, fundamental e médio e a ampliação do atendimento do ensino profissional de 10% para 50% e do nível superior de 53,7% para 75%. Para isso, será necessária a criação de 577.185 vagas para estudantes e a contratação de 16.883 professores.

Educação básica
Hoje, o DF tem , com um total de 1.686 crianças matriculadas, segundo os dados do último Censo Escolar, e somente uma delas recebe crianças com idade inferior a três anos. Para ampliar o atendimento a esta faixa etária, o GDF prevê a construção de 112 creches. De Dessas, 43 começaram a ser erguidas este ano, outras três estão em fase de contratação de obra, 13 em licitação e quatro em fase de confecção de projetos. De acordo com o governo, as 49 restantes serão construídas por uma nova metodologia, que permite a entrega após três meses do início da obra.

A hipótese sugerida pela Codeplan pressupõe que, em 2030, o DF alcançará a situação ideal, ou seja, todas as crianças de 0 a 5 anos passarão a frequentar a pré-escola. Para atender as crianças, o DF deverá criar mais 178,9 mil vagas e contratar mais de 9,5 mil professores de educação infantil.

"A Secretaria de Educação está implementando políticas que promovam a democratização da gestão e do acesso, inclusão e permanência dos estudantes com qualidade no sistema de ensino. Pretendemos universalizar o atendimento (da educação infantil) até 2020. Já universalizamos o atendimento nos ensinos fundamental e médio", afirmou o subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional da Secretaria de Educação do DF, Fábio Sousa.

O número de alunos em 2012 matriculados no ensino fundamental é maior do que a quantidade de crianças de 6 a 14 anos que moram no DF. Isso sinaliza que a cidade comporta um número expressivo de estudantes que moram em outros municípios e de crianças que estudam fora da série recomendada para a idade. Nesse nível, a quantidade de escolas públicas (526) é maior que a de escolas privadas (311).

O ensino fundamental em tempo integral atendeu apenas 3,7% das crianças, sendo 83,3% em estabelecimentos da rede pública. Em 2030, cerca de 70% das crianças na faixa de 6 a 14 anos estarão na escola integral, o que significaria a necessidade de aproximadamente 258 mil novas matrículas.

O ensino médio atendeu 76,7% dos jovens de 15 a 17 anos em 2012, o que corresponde a mais de 111 mil estudantes. Em 2030, a estimativa é de que haverá redução de 6,9 mil jovens nessa faixa etária. Mesmo com a redução de adolescentes, o DF deverá criar 26,9 mil matrículas e mais 1,7 mil vagas para professores. Com isso, a expectativa do governo é de que sejam atendidos 100% desses jovens.

Educação profissional e superior
Em 2012, apenas 10% do público estava matriculado no ensino profissional. As instituições públicas federais representaram 19,6% das vagas, 24,6% são da rede pública distrital e a rede privada foi a responsável por 55,8% do total. Segundo o estudo, 50% dos jovens na faixa de 15 a 17 anos estarão na educação profissional em 2030, o que implicará 69,3 mil novas matrículas e a contratação de 3.120 professores.

Para a faixa etária de 18 a 24 anos, estima-se um aumento de 4,2 mil jovens matriculados no ensino superior. Em 2012, 53,7% dos jovens nessa faixa etária cursavam esse nível. A pesquisa prevê um aumento desse percentual para 75% em 2030, o que significaria a necessidade de mais de 79 mil novas matrículas e a contratação de 3.888 professores.

Reprovação
Outro estudo,, sobre a educação básica, mostrou que 632 das 1.108 escolas do DF são administradas pelo governo distrital, enquanto 466 são privadas e 10 são públicas federais. Ceilândia foi a cidade com maior concentração de instituições, com 94 escolas. A pesquisa revela ainda que, em 2011, a taxa de reprovação no ensino fundamental era de 10,8% do total de alunos matriculados. No ensino médio, era de 18,5%.


A média da taxa de distorção idade-série foi de 17, 3% para o ensino fundamental e de 28% para o ensino médio. Nas escolas do governo distrital, as taxas sobem para 21,7% no ensino fundamental e para 35,5% no ensino médio. Na rede privada, a taxa era de 4,4% e 7,1% para os ensinos fundamental e médio, repectivamente.