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Ministério da Cultura discute política nacional para ensino de música

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, estuda montar um grupo técnico para desenvolver uma política de ensino coletivo de música em todo o Brasil. A intenção é que o projeto seja iniciado nos centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs) e depois ampliado para lugares onde já existem movimentos ligados à música. No começo da tarde de hoje (18), a ministra teve uma reunião com sete maestros e com um produtor musical para ouvir suas contribuições e delinear o projeto. No mês passado, os maestros Arthur Barbosa, Carlos Moreno, Cláudio Cohen, Eliseu Ferreira, Ricardo Castro, Carlos Lima, Amilson Godoy, Roberto Duarte e o produtor musical Lenir Boldrin estiveram na Venezuela para conhecer o trabalho desenvolvido pelo Sistema de Orquestras e Coros Juvenis, conhecido como El Sistema, que atende a 400 mil crianças e jovens. Eles voltaram entusiasmados para implantar o trabalho no Brasil. "O entusiasmo dos maestros pela metodologia, e a análise que o ministério fez da profundidade da transformação em vários setores [com o ensino da música], não só da cultura, que esse projeto traz como benefício para sociedade e para as crianças nos fez repensar a importância do projeto", explicou Marta Suplicy. Na Bahia, há um projeto baseado no El Sistema, que hoje atende diretamente a 900 crianças. De acordo com o maestro Ricardo Castro, o trabalho atinge a todas as classes sociais. "O caminho é incluir a música no processo de crescimento da criança. Assim como você ensina matemática, português e como sentar à mesa, a música é uma linguagem fundamental para qualquer ser humano. É obrigação do Estado dar acesso a essa linguagem, porque é um fator de crescimento universal", avaliou o maestro. Em janeiro de 2014, os maestros e a ministra da cultura vão conhecer o projeto baiano. Os maestros ressaltaram na reunião que, em todo o Brasil, há pequenos e bons projetos de ensino de música que precisam de apoio. No momento, o Ministério da Cultura está definindo tanto a forma de como trabalhar a inclusão social pela música, quanto os instrumentos que vai comprar e encaminhar aos primeiros projetos que serão desenvolvidos. Segundo a ministra, o projeto deve ser iniciado nos CEUs e depois ser implementado em outros espaços, de acordo com a aceitação dos gestores locais. "Temos toda condição de fazer um enfrentamento das mazelas sociais por meio da música", frisou a ministra. Os CEUs são espaços com o objetivo de integrar programas e ações culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção à violência e inclusão digital, de modo a promover a cidadania em territórios de alta vulnerabilidade social das cidades brasileiras. Até agora, foram entregues nove, e ate junho de 2014 devem ser concluídos mais 160.