Na abertura do evento, 60 estudantes experimentaram atividades esportivas como futebol com olhos vendados e basquete e corrida em cadeira de rodas e conversaram com atletas paralímpicos que ganharam medalhas em Paralimpíadas. O esgrimista cadeirante Jovane Guissone, que ganhou medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Londres, disse que a interação com as crianças é importante para divulgar o esporte paralímpico. ;Muitas pessoas perguntam se, pelo fato de sermos cadeirantes, vale a pena apostar em nós. Podem confiar porque, se estamos em um esporte de alto rendimento, é porque temos nosso valor;, afirmou Guissone.
Para o velocista Yohansson Nascimento, que ganhou em Londres duas medalhas (ouro e prata), na categoria T46, para atletas lesionados ou amputados dos membros superiores, o projeto Experimentando Diferenças é relevante para que as crianças vivenciem as limitações que os paralímpicos enfrentam em seu cotidiano. ;É importante que vejam nosso esforço para superar as dificuldades no dia a dia. Espero que a nossa juventude tenha um olhar diferente para não achar que o deficiente é um coitadinho, mas sim que o deficiente é um atleta profissional que treina todos os dias para trazer medalhas;, disse Nascimento. ;Hoje posso realizar muitos sonhos por meio do esporte. A minha expectativa para os Jogos de 2016 é conquistar o ouro.;
O judoca com deficiência visual Antônio Tenório, tetracampeão paralímpico, ganhou o bronze em Londres. ;Eu subo há 20 anos no pódio representando o Brasil. Este é um evento muito importante por trazer crianças para experimentar os esportes e torcer pelos brasileiros em 2016;, afirmou Tenório, que pretende ir para à sexta Paralimpíada em 2016, no Rio.
O nadador André Brasil, que tem sequelas da poliomielite, ressaltou que o esporte está presente em sua vida desde a infância. Ele ganhou em Londres cinco medalhas, sendo três de ouro e duas de prata, que se somaram às cinco conquistadas nas Paralimpíadas de Pequim, em 2008. ;Desde criança, estou no esporte. Pouco importa se estou nos Jogos Olímpicos ou Paralímpicos. Sou atleta e nadador.;
Estela Gomes, de 7 anos, que está no segundo ano do ensino fundamental do Colégio Arvense, experimentou o chute a gol com olhos vendados e com a bola sonora com guizos. ;O evento é muito legal, porque a gente está fazendo experiências novas. Nunca pensei que ia chutar com uma máscara, mas achei fácil;, disse Estela.
O embaixador britânico Alex Ellis disse que a iniciativa é importante para lembrar um ano do sucesso das Paralimpíadas de Londres, que teve participação de 4,2 mil atletas de 165 países e 2,7 milhões de ingressos vendidos. ;Transformamos o sistema de transporte londrino para dar mais acessibilidade às pessoas com deficiência;, lembrou o embaixador. As 136 estações de metrô de Londres e toda a frota de ônibus da capital britânica eram acessíveis para cadeirantes.
O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, lembrou que, nos Jogos de Londres, o Brasil conquistou 43 medalhas, das quais 21 de ouro. ;Estamos preparando uma delegação que se pretende a melhor de todos os tempos. Ficamos em sétimo lugar em Londres e esperamos chegar ao quinto lugar no Rio, em 2016. Eventos como esse contribuem para conscientizar que a deficiência é apenas uma das características das pessoas. A criança pode vibrar com um atleta paralímpico e tê-lo como ídolo;, disse Parsons.
Além da arena especial, também foi inaugurada a exposição fotográfica Caravana Vencedores, do fotógrafo Sérgio Dutti, que retrata a preparação e o desempenho dos atletas em Londres.