São Paulo - A prefeitura de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (15/8) um programa de reforma curricular e administrativa no sistema educacional do município, com a ampliação e o fortalecimento em todos os níveis de ensino. Entre as mudanças propostas está a divisão dos nove anos do ensino fundamental em três ciclos. A reprovação do aluno também passa a ocorrer caso não haja aproveitamento já nos primeiros anos do ciclo.
O Programa Mais Educação São Paulo ainda não está totalmente fechado e, de acordo com o prefeito Fernando Haddad, a prefeitura conta com sugestões que podem ser feitas por meio do site do projeto, onde todos os conceitos da reformulação estão disponíveis para consulta pública até 15 de setembro.
;Vamos abrir o debate nas subprefeituras, nas escolas, delegacias de ensino, que têm a responsabilidade de chamar diretores, professores e pais para que se debrucem sobre o plano e o aperfeiçoem. Certamente surgirão ideias que poderão ser incorporadas. As consultas preliminares que fizemos nos deu muita segurança para lançar o debate dessa maneira;, explicou.
O ensino fundamental será dividido no município em ciclo de alfabetização (1; ao 3; ano), interdisciplinar (4; ao 6; ano) e autoral (7; ao 9; ano), sendo que atualmente a divisão é em dois ciclos.
Além de eliminar a aprovação automática, o modelo proposto determina que sejam feitas avaliações bimestrais e a volta dos boletins com notas de 0 a 10, dos relatórios de acompanhamento e da lição de casa. Para os alunos que não obtiverem sucesso nas avaliações, haverá uma recuperação intensiva nas férias e no período letivo, além da criação de dependências nos 7; e 8; anos, caso o aluno não evolua em determinada disciplina. O objetivo é o de que as mudanças já entrem em vigor em 2014.
No programa municipal, serão incluídas ainda atividades em tempo integral e contato com a escola também no contraturno, em atividades culturais e esportivas. A meta prevê a inclusão de 100 mil estudantes no modelo até o fim de 2016. Além das mudanças no currículo, estão previstas também melhorias na infraestrutura, como a construção de 367 novas unidades para a educação básica e na formação dos professores, com a criação de um sistema próprio com 31 polos da Universidade Aberta. Haverá ainda a contratação de novos educadores.
De acordo com o prefeito, as mudanças contribuem para que os alunos não cheguem aos 8 anos de idade sem estarem plenamente alfabetizados. ;Devido à aprovação automática do atual modelo, 38% dos alunos chegaram ao 4; ano sem saber ler e escrever direito. Ou seja, quase metade das crianças. São Paulo está em 35; lugar no ensino na região metropolitana, que tem 39 municípios;.
Haddad ressaltou que há muitos detalhes que podem ser aperfeiçoados e amadurecidos na rede de ensino, como a questão dos ciclos, do fim da aprovação automática e do acompanhamento do aluno. ;Se não houver acompanhamento, vai aumentar a repetência e ninguém quer substituir a aprovação automática pela repetência. O que queremos é ter um acompanhamento fino para cada aluno;.
De acordo com o prefeito, o acompanhamento do estudante deve ser diário, para que a rede de ensino consiga cobrir as deficiências observadas ao longo do tempo. ;Hoje, nós estamos deixando tudo para o final, e aí não tem mais tempo para recuperar;.
O prefeito disse que a rede de ensino que foi proposta no projeto tem muita energia e condição de responder ao desafio. ;Não tenho dúvida de que São Paulo responderá a essa iniciativa. Queremos voltar a cumprir as metas traçadas pelo Ministério da Educação. Se voltarmos para a trajetória que foi desenhada em 2005, teremos êxito;.