Jornal Correio Braziliense

Ensino_EducacaoBasica

No colégio com Seedorf

Antes de entrar em campo à noite, no Bezerrão, pela Copa do Brasil, o ídolo do Botafogo Seedorf atuou em outro território: o auditório do colégio Marista João Paulo II. Ele atendeu o convite para conversar com os estudantes das turmas dos 7;, 8; e 9; anos. O dono de quatro títulos da Champions League respondeu às perguntas dos alunos, contou histórias da vida pessoal dentro e fora dos gramados, chamou dois garotos que fossem bons de bola para subir ao palco e dar uma demonstração e não deixou de passar sua mensagem: ;Devemos estar sempre longe das coisas erradas, como drogas e criminalidade. Eu nunca toquei em uma droga na minha vida e cresci em Amsterdã;, afirmou, citando a cidade onde há tolerância com certas drogas.

Momentos antes do evento, crianças mais novas que não participariam da palestra esperavam pela chegada de Seedorf no portão do colégio. Dentro do auditório, adolescentes entre 12 e 14 anos aguardavam ansiosos o ilustre convidado. Carismático, o jogador começou a conversa perguntando quem gostava de futebol. A resposta da plateia foi entusiasmada. Garotos com camisas do Milan (ex-time do holandês) e do Botafogo se misturavam aos alunos com uniforme. Fato que não passou despercebido por Seedorf. Ele demonstrou alegria ao observar os pequenos torcedores do alvinegro carioca.

Os estudantes haviam elaborado perguntas para o jogador antes do evento, e os professores selecionaram algumas para que os autores o questionassem pessoalmente. A cada estudante chamado ao palco, gritos dos colegas tomavam o auditório. As perguntas eram intrigantes e, por várias vezes, Seedorf reagiu com um sorriso desconcertante e com a observação: ;Vocês pensaram bem as perguntas, hein! Que complicação;, seguida de risos.

O primeiro aluno perguntou se o futebol pode ser uma maneira de acabar com a pobreza. O atleta respondeu que auxilia, já que proporciona emprego. Ele frisou que o esporte ajuda as pessoas a se manterem no caminho certo. ;A principal maneira de lutar contra a pobreza é a educação.;

Apesar de muitas brincadeiras durante a palestra, os assuntos debatidos, em geral, eram bastante sérios. Sobre racismo, Seedorf disse ter vivido poucas histórias de preconceito dentro de campo, mas realçou que essa prática é muito comum fora dos gramados, até mesmo dentro das escolas. Então, foi a vez de o ídolo perguntar como o futebol poderia ajudar a combater essa prática. Diante da insegurança dos alunos em relação à questão, ele mesmo respondeu que o esporte, como uma mistura de culturas incrível, promove a interação entre os povos.

Encerrada a palestra, Seedorf disse que é bom ser confrontado com perguntas de meninos e meninas. ;O esporte tem papel importante no desenvolvimento psicofísico do jovem. É fundamental criar consciência dos vários benefícios que ele pode gerar.;

"Devemos estar sempre longe das coisas erradas, como drogas e criminalidade. Eu nunca toquei em uma droga na minha vida e cresci em Amsterdã;

Seedorf,
jogador do Botafogo