A First é uma organização não governamental norte-americana, criada em 1989, que desenvolve programas inovadores com ênfase em matemática, ciência e tecnologia para jovens. Anualmente, mais de 2 mil alunos participam dos torneios de forma direta e indireta.
Nesta etapa da competição, os 15 times formados, representando dez escolas, apresentarão projetos com o tema Soluções para Idosos, que ajudem a tornar essas pessoas mais independentes e conectadas. Os projetos utilizam o brinquedo Lego (peças de encaixe com diferentes formatos para montagem de objeto) e a robótica como ferramentas. Das dez escolas participantes, duas são da Rede Sesi (Serviço Social da Indústria), localizadas em Jacarepaguá e Nova Iguaçu.
O Sesi participa desde 2010 do torneio. A entidade é pioneira na utilização de Lego na educação profissional e na educação básica, que é o foco da competição deste ano, disse à Agência Brasil o gerente do Sesi/Senai de Jacarepaguá, Marcelo Gonçalves.
;A gente usa o Lego na parte de automação e robótica, como também na parte de matemática, lógica e, inclusive, em ciências como biologia onde, por meio dos kits Lego, nossos professores montam simuladores da respiração, do batimento do coração. Então, o Lego tem auxiliado muito os estudantes em todas essas ciências;, disse. Gonçalves destacou que muitos projetos elaborados pelos alunos auxiliam pessoas com deficiências, além de estimular os estudantes a aprender de forma mais lúdica.
A responsável pelo evento no Rio de Janeiro, Sueli Abreu, informou à Agência Brasil que além de construir um robô, os alunos têm de fazer pesquisa sobre o tema que produza conhecimento para aplicar nas comunidades onde estão inseridos.;E tem a questão das equipes. Há um envolvimento pedagógico das escolas. Não é um simples torneio de robótica. Ele envolve mais que isso;.
Os vencedores da etapa no Rio de Janeiro participarão da competição nacional, programada para março de 2013. Serão avaliados, entre outros aspectos dos projetos, o espírito de competição e a harmonia das equipes, design, inovação e processo de pesquisa.
Sueli disse que, atualmente, o jovem está cada vez mais voltado para o esporte e para atividades ligadas à diversão, ao lazer e, por isso, o torneio First Lego League enfatiza o valor da escola e do aprendizado. ;A gente quer que a escola e valores como estudo, aprendizado, ciência, possam ser tão divertidos como o jogo de futebol ou qualquer outra coisa que os jovens gostem. Que a aprendizagem possa ser um esporte para eles;.
Por meio da competição, a ONG americana quer estimular também a atuação dos alunos em profissões como medicina, engenharia, além de áreas sociais. Sueli disse que muitos projetos idealizados pelos estudantes brasileiros tiveram a pesquisa patenteada.
É o caso de uma bengala para cegos, apresentada no ano passado, que foi doada para o Instituto Benjamin Constant de educação para cegos, unidade do Ministério da Educação que está sediada no Rio de Janeiro. A bengala tem um sensor na ponta. Ao se aproximar de algum objeto, ela emite um som e treme, ajudando, dessa forma, o cego a se locomover e a evitar obstáculos.
São Paulo já teve sua etapa regional da competição. Depois do Rio de Janeiro, as cidades de Salvador, Uberlândia, Caxias do Sul e Guarujá também sediarão o evento.