Jornal Correio Braziliense

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Tiros na porta da escola

Suspeito dispara contra um morador vizinho do Centro de Ensino Fundamental 201, em Santa Maria, e atinge também a mãe de uma aluna que saía da unidade de ensino. Levados ao hospital, ambos passam bem

Uma série de disparos de arma de fogo colocou em risco a segurança de estudantes do Centro de Ensino Fundamental 201, no começo da tarde de ontem, em Santa Maria. O incidente ocorreu em frente à escola, por volta das 13h30, horário de entrada dos alunos do turno da tarde. O morador de uma casa na rua e a mãe de uma aluna foram atingidos. Socorridos por testemunhas, Lúcio Macedo Lourenço, 18 anos, e a diarista Claudete Francisca Nascimento Rodrigues, 35, foram levados ao Hospital Regional de Santa Maria. Lúcio acabou liberado em seguida e Claudete foi submetida a cirurgia para a remoção de uma bala alojada no braço esquerdo. O estado de saúde dela era considerado estável até o fechamento desta edição.

O caso foi registrado na 33; Delegacia de Polícia (Santa Maria) como disparo de arma de fogo e tentativa de homicídio. Agentes passaram a tarde tentando localizar um adolescente, morador da cidade e suspeito de ter atirado. Lúcio foi à delegacia pouco depois de sair do Hospital Regional. Em depoimento, disse que os tiros eram direcionados para ele e que o suposto autor já teria atentado contra a vida do irmão. ;Ele estava saindo de casa, após o almoço. A pessoa começou a atirar logo depois que ele passou pelo portão. E foi muito perigoso, os alunos estavam todos na rua na hora que aconteceu;, disse uma prima de Lúcio. Ela destaca a falta de policiamento no local. ;O Batalhão Escolar só chegou uns 20 minutos depois. Sempre tem briga nessa escola. Se houvesse um policial militar aí dentro, essas coisas não ocorreriam;, critica ela.

Motivação
;O Lúcio foi atingido também no braço, mas de raspão. Os tiros foram disparados visando à vida dele, não a de Claudete. No caso dela, podemos dizer que foi vítima de uma bala perdida;, afirma a primeira-tenente Gislaine de Souza, do 26; Batalhão de Polícia Militar (Santa Maria). Ela suspeita de acerto de contas. ;É o motivo mais comum nesses casos, mas ainda é cedo para afirmar qualquer coisa nesse sentido. Só a Polícia Civil pode esclarecer isso, depois das investigações;, completa a tenente.

Irmã de Claudete, Cátia Cilene do Nascimento, 27 anos, disse que a mulher tinha acabado de deixar a filha na escola e ia embora. A adolescente, de 15 anos, cursa a 7; série do ensino fundamental. ;Ela mora aqui na cidade também, mas mais distante. Quem vive ali na Quadra 201 é a avó da menina;, conta Cátia, que não esconde a sensação de medo depois do incidente. ;Realmente, não dá para dizer que Santa Maria é uma cidade tranquila, porque essas coisas são muito frequentes aqui. Mas nunca tinha acontecido nada parecido com a gente. E o pior de tudo é que ela não tinha nada a ver com a história;, lamenta ela.

A Secretaria de Educação do DF informou, por meio da assessoria de imprensa, que a escola retomou as atividades normalmente, logo após o tiroteio. Comunicou também que o ocorrido em Santa Maria foi um incidente isolado, e que não teria qualquer relação com as atividades da unidade de ensino, apesar de a mãe de uma aluna ter se ferido. ;Tomamos as providências necessárias para normalizar a rotina da escola e para facilitar as investigações, e é tudo o que cabe à Secretaria de Educação fazer nesse caso específico;, disse a assessoria.