Estudantes da Escola Municipal Luiz Gatti, no Barreiro de Baixo, fazem um protesto na manhã desta segunda-feira contra anúncio de fechamento do ensino médio na instituição. Os 720 alunos que estão cursando o ensino médio permanecem na unidade até a formatura, porém a partir de 2013 não serão abertas novas vagas. Os alunos que vão sair do fundamental e gostariam de continuar na instituição estão insatisfeitos com a mudança. Munidos com apitos, cartazes, faixas e narizes de palhaços, os estudantes fecharam a Rua dos Garimpeiros, onde fica a portaria principal da escola.
Os adolescentes e a diretora estão indignados e alegam que a escola tem estrutura para continuar com esses alunos. Porém, a obrigação de gestão do ensino médio é do estado, portanto uma escola municipal deveria atender a estudantes apenas do fundamental. Atualmente, a Luiz Gatti tem 2.054 alunos da 5; série até o 3; ano.
Os alunos não querem mudar de escola argumentando que foram indicados para estudar em instituições longe de casa e com péssimas condições, justamente o contrário do que encontram hoje na Luiz Gatti. Além dessa unidade no Barreiro, apenas a Escola Municipal Geraldo Teixeira da Costa, em Venda Nova, atende alunos do ensino médio.
Mudança planejada
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, a mudança na Luiz Gatti já estava prevista, assim como acontecerá na Geraldo Teixeira da Cosa. A alteração já ocorreu em outras 15 escolas da rede municipal em cumprimento ao artigo 211 da Constituição Feral. A lei dispõe sobre a gestão dos níveis de educação no país, deixando clara a responsabilidade do município para o ensino fundamental e o estado como gestor do ensino médio.
O questionamento da diretoria da Luiz Gatti sobre a lei federal é que na regra não há proibição de manutenção do ensino médio nas instituições municipais. A secretaria admite que realmente não há essa restrição, mas a decisão de passar para o estado será melhor para a gestão da educação em BH. Desde 2007, uma comissão foi montada na secretaria para discutir essa mudança gradual nas escolas e agora faltam apenas duas instituições. A secretaria garante que foi uma mudança planejada e conversada com a direção das escolas.