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Analfabetismo cai entre jovens, mas velhos ainda são desafio

Brasília ; O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, considerou hoje (21) "significativa" a redução da taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos de idade ou mais, entre 2009 e 2011. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A média nacional de analfabetismo caiu de 9,7% para 8,6% no período. A maior proporção de analfabetos ainda é verificada na Região Nordeste, mesmo com queda na taxa de 18,8% para 16,9%. ;A redução mostra que o Brasil está caminhando para alcançar a Meta de Dakar [estipulada pelo Fórum Mundial de Educação de Dakar, em 2000, e que deve ser alcançada até 2015] de reduzir para 6,5% os índices de analfabetismo no país. Temos que comemorar a redução;, disse.

;As ações do MEC [Ministério da Educação] tem surtido efeito. Outro ponto que consideramos importante é o estancamento de novos analfabetos entre os jovens, que já estão na escola e sendo alfabetizados", completou o presidente do Inep.

Segundo Costa, a dificuldade em erradicar o analfabetismo entre a população com mais velha acontece, entre outros motivos, por barreiras culturais. ;Atingir pessoas com a faixa etária alta é difícil, mas essa queda mostra que os trabalhos dão resultado. Nos últimos anos, as quedas não foram como esperávamos. É uma maratona, mas estamos falando de uma redução de mais de um ponto percentual. A escuridão das letras deixou de existir para essas pessoas;, analisou.

Luiz Cláudio Costa calcula que 1,2 milhão de pessoas foram alfabetizadas no período da pesquisa e destacou que os esforços do MEC devem ser concentrados na Região Nordeste. ;Os programas dos estados e municípios vêm trabalhando de forma integrada com o governo federal, mas sabemos que para continuar com reduções significativas é necessário concentrar esforços e aumentar investimentos. É uma obrigação do governo e direito de aprender do cidadão.;

Outro dado analisado pelo presidente do Inep é o impacto do rendimento familiar na matrícula da pré-escola. Segundo a Pnad, enquanto 69,1% das crianças de 4 e 5 anos com renda familiar per capita de até um quarto do salário mínimo estavam na escola, a proporção sobe para 88,9% na faixa de renda superior a um salário mínimo. ;Por esse motivo, a construção de creches é tida como prioritária pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. Precisamos oferecer as creches para todas as classes sociais. As mães precisam ter seus filhos na escola para trabalhar.;

Costa destacou ainda o investimento previsto pelo governo federal de R$ 7,6 bilhões para abertura de 6 mil creches até 2014, como forma de diminuir o impacto negativo da renda familiar na educação infantil.