%u201CO ensino médio tem de formar cidadãos%u201D, afirma João Almeida, estudante do terceiro ano. Aluno de escola pública em Macapá, ele é um dos 80 estudantes de todo o país que participam do Seminário Nacional do Ensino Médio Integral: Construindo a Política de Ensino Médio para Todos no Brasil, que teve início na terça-feira, 26, e vai até esta quinta, 28, em Brasília. Além dos estudantes, o encontro reúne técnicos do Ministério da Educação, professores, gestores e representantes das universidades para apresentações e debates sobre experiências bem-sucedidas.
Para João, essa etapa do ensino é um importante momento de decisão para o jovem. %u201CMuitas vezes, somos direcionados para profissões mais reconhecidas, como medicina, direito e engenharia%u201D, disse. O estudante participa ativamente da vida da escola amapaense, em projetos como o Intervalo Alternativo, que oferece música, artes cênicas e apresentações culturais nos intervalos das aulas. A atividade tem apoio financeiro do programa Ensino Médio Inovador, do MEC.
A coordenadora de currículos da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, Jaqueline Moll, considera o seminário um espaço para o debate sobre a melhoria do ensino médio no Brasil. %u201CEstamos conhecendo as experiências que já estão em curso %u2014 serão 61 nos três dias de encontro %u2014, e como essas boas experiências podem ser aproveitas em outras escolas%u201D, disse.
O conceito de ensino médio integral usado no seminário ultrapassa a questão formal do número de horas que os estudantes passam na escola. A coordenadora do ensino médio da SEB, Sandra Garcia, entende que a formação integral não pode se resumir à preparação para provas. %u201CO ensino médio deve contemplar trabalho, ciência, cultura e tecnologia%u201D, afirmou.
Para a gerente do ensino médio da Secretaria de Educação de Santa Catarina, Maike Ricci, há uma mudança no foco do debate. %u201CA discussão deixou de ser como é o ensino médio, mas como os estudantes querem o ensino médio%u201D, salientou.