Enem

Definidas as novas datas do Enem: provas serão em 17 e 24 de janeiro

Inep e MEC apresentaram dias de aplicação em entrevista coletiva transmitida ao vivo pela internet. Cronograma foi elogiado por secretários de Educação

Correio Braziliense
postado em 08/07/2020 17:11

Em entrevista coletiva na Sala de Atos do Ministério da Educação (MEC), representantes da pasta e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) apresentaram as novas datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020, que tem mais de 5,8 milhões de estudantes inscritos.

 

Confira:

  • Enem tradicional: 17 e 24 de janeiro de 2021
  • Enem digital: 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021
  • Reaplicação: 24 e 25 de fevereiro de 2021
  • Resultados: 29 de março de 2021 

  

Participam da entrevista coletiva o secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel; o presidente do Inep, Alexandre Lopes; o secretário de Educação Superior do MEC, Wagner Vilas Boas de Souza; o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Ariosto Antunes Culau; além de representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed)

Novas datas contrariam votos de participantes

O Enem 2020 precisou ser adiado por causa da pandemia do novo coronavírus, o que também forçou a interrupção de aulas presenciais em escolas de todo o país. 

 

Entrevista coletiva é transmitida on-line 

 

Como definido pelo ex-ministro Abraham Weintraub, os inscritos no exame foram consultados com relação à preferência de novas datas para aplicação do teste.

 

Para 49,7% dos candidatos, as melhores datas para o Enem impresso seriam 2 e 9 de maio de 2021. Para o Enem digital, os estudantes opinaram que a melhor opção seria 16 e 23 de maio. 

  

Tiveram 35,3% dos votos as escolhas para Enem impresso em 10 e 17 de janeiro e para Enem digital em 24 e 31 de janeiro.

 

Com 15% dos votos, ficaram as escolhas de Enem tradicional em 6 e 13 de dezembro e de Enem digital em 10 e 17 de janeiro.

 

Aberta entre 20 e 30 de junho, a enquete teve mais de 1,1 milhão de votos voluntários, representando 19,3% dos inscritos. 

 

As datas anunciadas pelo Inep e pelo MEC nesta quarta-feira (8/7) chamaram a atenção pelo fato de não coincidirem com a preferência dos estudantes.

 

Movimento estudantil critica falta de diálogo na escolha das datas

Em nota conjunta, a UNE (União Nacional dos Estudantes), a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e a ANPG (Associação Nacional dos Pós-graduando) expressam preocupação com as datas escolhidas para o Enem. A exclusão digital pode ter sido um dos motivos para a baixa participação dos candidatos na enquete do MEC, além, claro, de prejudicar o aprendizado dos jovens.

 

"Agora, a data escolhida pelos poucos estudantes que conseguiram votar não foi levada em conta. A escolha feita pelo Ministério da Educação, de realizar a prova nos dias 17 e 24 de janeiro, demonstra que não existe um diálogo verdadeiramente democrático com os estudantes, profissionais da educação e saúde", diz a nota.

 

Confira a nota das três entidades na íntegra: 

 

"Nesta quarta, 8 de julho, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apresentou dados sobre o Enem. Entre eles, a informação de que a cada quatro candidatos, três têm dificuldades com a internet. Alertamos desde o início de nossa mobilização pelo adiamento da prova que a exclusão digital é um dos problemas que os estudantes brasileiros enfrentam nesse momento de pandemia. Por isso, questionamos a enquete realizada com datas sem critérios e a falta de soluções, por parte do governo, para as dificuldades apresentadas.


Agora, a data escolhida pelos poucos estudantes que conseguiram votar não foi levada em conta. A escolha feita pelo Ministério da Educação, de realizar a prova nos dias 17 e 24 de janeiro, demonstra que não existe um diálogo verdadeiramente democrático com os estudantes, profissionais da educação e saúde. Durante o período em que foi realizada uma consulta cujo resultado não foi levado em consideração, o diálogo aberto com todos os segmentos poderia nos ter apresentado a saída. Vamos continuar lutando, além de recorrer por todos meios cabíveis, para que haja a formação de uma Comissão de Crise para discussão das novas datas, que envolva não só Reitores e Secretários de Educação, mas também representação de estudantes, professores e outros especialistas em educação e em saúde.


Enquanto estudantes brasileiros continuam aflitos, o Ministério da Educação permanece sem ministro, o que nos preocupa ainda mais sobre a decisão das datas. Para que possamos superar a pandemia causada pelo novo coronavírus, a educação precisa estar no debate central. É dela que saem as pesquisas e é por meio dela que transformamos vidas. Estamos falando sobre o futuro de milhões de jovens brasileiros e, por isso, é preciso ter responsabilidade!" 

 

Solução encontrada é "técnica" 

Representantes do MEC e do Inep explicaram que a escolha dos alunos não foi o único critério de escolha, também houve consultas técnicas para encontrar uma opção adequada.

 

Antonio Paulo Vogel, secretário executivo do MEC, admitiu que "não é uma decisão perfeita e maravilhosa para todos" e explicou que buscou uma "solução técnica".

 

Consed elogia datas 

 

Cecilia Motta, presidente do Consed, elogiou as datas escolhidas por permitirem "preservar o primeiro semestre" e, assim, possibilitarem que sejam mantidos programas como Sisu (Sistema de Seleção Unificada), Fies (Financiamento Estudantil) e ProUni (Programa Universidade para Todos).

 

Cecilia Motta, do Consed, acredita que opção escolhida foi 'a menos danosa' 

 

"Essa é a data menos danosa", refletiu Cecilia, secretária de Educação do Mato Grosso do Sul. 

 

O MEC se colocou à disposição para, caso necessário, promover três edições do Sisu no ano que vem, a depender da necessidade das instituições de ensino superior públicas. 

 

Em nota de apoio às datas escolhidas, o Consed deu mais explicações. Confira no link. 

 

Segurança sanitária

Alexandre Lopes explicou que estão sendo tomadas medidas para preparar uma edição física que atenda medidas de segurança e saúde, incluindo uso de máscara e de álcool em gel, além do distanciamento.

 

Para o futuro, o objetivo é aumentar o número de candidatos que façam o Enem digital, em vez do físico. 

 

Andifes pede biossegurança e equidade entre candidatos 

Em nota, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) reitera que não cabe à entidade se manifestar sobre as datas do Enem, por entender que essa é uma responsabilidade do Inep. 

 

No entanto, a Andifes se manifesta sore "as condições de realização do certame, reafirmando ser fundamental um Enem tecnicamente exitoso e com concorrência democrática. A data anterior não apresentava as condições necessárias. Por isso, foi proposta a suspensão da

prova".

 

A entidade estabelece como condições para um Enem exitoso garantir a biossegurança dos candidatos e dos profissionais envolvidos e a maior equidade possível entre os candidatos. "Afinal, os seis milhões de candidatos inscritos precisam ter oportunidades reais de aprendizado dos conteúdos demandados no Enem", defende. 

 

Confira a nota da Andifes na íntegra. 

 

Assista à entrevista coletiva:

 

 

 

 

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