Enem

Maia diz que não pode confiar em Weintraub sobre adiamento do Enem

Presidente da Câmara dos Deputados colocou PL que adia a prova na pauta do dia mesmo após anúncio do ministro da Educação e do Inep, aguardando sinal de Bolsonaro

O projeto de lei do adiamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi aprovado no Senado Federal, na terça (19/5), e seria votado na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (20/5). No entanto, o próprio governo federal anunciou que postergaria a prova. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou no Twitter que a proposta dele era adiar o exame de 30 a 60 dias, mantendo, mesmo assim, a consulta aos inscritos, marcada para a última semana de junho 
 
 

Pouco depois disso, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Texeira (Inep) oficializou a decisão, anunciando que ainda não há nova data, mas o adiamento será de 30 a 60 dias. Assim, o teste será aplicado em dezembro deste ano ou em janeiro de 2021. No início da sessão da Câmara dos Deputados na tarde desta quarta (20/5), foi acordado que o governo deveria anunciar o adiamento do Enem durante a realização da reunião. Caso isso não ocorresse, a Casa colocaria o PL na pauta do dia.

Mesmo após o anúncio de Weintraub, o presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), inseriu a proposta de adiamento na pauta por dizer que não podia cofiar na palavra do ministro da Educação, cobrando uma sinalização do presidente da República. Pela tarde, Bolsonaro se pronunciou sobre o assunto pelo Facebook, dizendo que a decisão foi tomada após conversa com Maia:
 


Só depois disso, Maia desistiu de votar o projeto. "Eu não posso desconfiar da palavra do presidente da República", afirmou Rodrigo Maia, após o post de Jair Bolsonaro no Facebook. Outros parlamentares questionaram, mas Maia disse que consideraria o post do Facebook, mesmo que isso não seja uma portaria ou outro documento oficial.

O presidente da Câmara dos Deputados também destacou que a decisão da nova data do teste deve ser feita também consultando autoridades sanitárias. 
 

Confira ao vivo a sessão da Câmara dos Deputados: