Correio Braziliense
postado em 04/05/2020 18:50
A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) lançaram a campanha #AdiaEnem. Em meio à pandemia do novo coronavírus, escolas e universidades suspenderam atividades presenciais, algumas não estão tendo aulas a distância. Por conta disso, estudantes estão apreensivos com o calendário do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As inscrições para o Enem começam na próxima segunda-feira (11/5) e vão até 22 de maio.
Na última terça-feira (28/4), o desembargador federal do Tribunal Regional da 3ª Região (TRF-3) Antonio Cedenho manteve o calendário do Enem para este ano. As provas presenciais estão marcadas para 1º e 8º novembro. As provas digitais serão realizadas em 22 e 29 do mesmo mês.
O presidente da Ubes, Pedro Gorki, 19 anos, afirma que não é viável as provas do Enem serem realizadas conforme o calendário previsto, pois não leva em consideração o momento de pandemia e isolamento social que o país está enfrentando. “Quando falamos de adiamento do Enem falamos de um tema muito sensível, que é o sonho do jovem de entrar na universidade” diz.
Pedro Gorki afirma que o adiamento do Exame é necessário, porque no Brasil ainda não existe uma universalização do acesso à internet e manter a data das provas prejudicaria estudantes que não estão conseguindo acompanhar as aulas on-line ou mesmo não tendo aulas. “Nós não podemos permitir que a prova do Enem fique ainda mais injusta pelo motivo de uma pandemia que está afetando a rotina da juventude e dos trabalhadores brasileiros” analisa.
Uma petição on-line foi lançada para pedir o adiamento do Enem 2020. Segundo o presidente da Ubes, a petição já conta com mais de 50 mil assinaturas. “O Conselho Nacional de Educação, a Frente Parlamentar da Educação e vários parlamentares se mostraram favoráveis a necessidade de adiamento das provas do Enem” afirma Pedro Gorki.
Na próxima sexta-feira (8/5), Ubes, UNE e a Associação de Pós-Graduandos (ANPG) preparam ato virtual pedindo o adiamento do Enem.
Na Câmara dos Deputados, o parlamentar Israel Batista (PV-DF) apresentou projeto de decreto legislativo para suspender o Enem 2020. De acordo com o projeto apresentado, é necessário que o Inep e o MEC readequem o calendário do exame por conta da pandemia do novo coronavírus, que gerou a suspensão de aulas.
Saiba Mais
Memória
Em 31 de março, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciaram o cronograma do Enem 2020. De acordo com o calendário publicado, o exame presencial ocorrerá em 1º e 8 de novembro.
A Defensoria Pública da União (DPU), no entanto, ajuizou ação civil pública em 16 de abril, determinando a readequação do calendário do Enem 2020, devido à pandemia de Covid-19. Mas na última terça-feira (28/4), o desembargador federal do Tribunal Regional da 3ª Região (TRF-3) Antonio Cedenho suspendeu a liminar, mantendo o calendário do Enem para este ano.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, puxa campanha contrária ao adiamento no Twitter. Na mesma rede social, o ministro chegou a dizer, em 19 de abril, que as organizações que estão fazendo campanha para o adiamento, “tentaram impedir o Enem quando invadiram as escolas onde seriam feitas as provas. Tentaram novamente no ano passado. Estão tentando agora. Não conseguirão! VAI TER ENEM!” comentou o ministro.
Para assinar a petição para o adiamento do Enem 2020, basta entrar no site.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá
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