O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, concede entrevista coletiva na noite desta segunda-feira (20/1). O encontro ocorre na sede do Inep para apresentar detalhes da avaliação do resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
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“Nós trabalhamos em força tarefa aqui no Inep, cerca de 300 pessoas, 24 horas por dia para resolver o problema”, contou Alexandre. “Não houve prejuízo aos alunos, mas, para dar maior tranquilidade a eles, o ministro determinou a adiamento da inscrição para o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) até domingo”, acrescentou o presidente do Inep.
Erros começaram na gráfica
No total, foram 5.974 inconsistências nas correções do Enem: 30 no primeiro dia e o restante no segundo. "Observamos que havia uma concentração regional. Mais de 95% de todas estão concentradas nas cidades de Alagoinhas, Viçosa, Ituiutaba e Iturama", detalhou.
No entanto, há casos espalhados por todas as unidades da Federação, com exceção de Roraima e Amapá. Ou seja, houve casos de candidatos afetados pela incorreção.
Cerca de 172 mil pessoas mandaram e-mail para o Inep contestando a nota do Enem. O instituto analisou as notas de todos os alunos, não apenas daqueles que mandaram e-mail — o que tranquiliza candidatos, pois muitos reclamaram do prazo pequeno que o Inep deu para quem quisesse reclamar da pontuação.
O presidente explicou que o problema das notas começou na gráfica. “Houve um descasamento em algumas situações entre o código da prova e o código do aluno. Isso fez com que o participante tivesse sua prova corrigida com o gabarito de outro caderno”, esclareceu.
Alexandre garantiu que, apesar do problema, o Enem 2019 foi muito bem aplicado. “Foi uma aplicação muito calma do Enem. Essas inconsistências representam 0,15% do total de participantes. Ficou abaixo do que a gente estimava no sábado de manhã”, disse. “O importante é que nós conseguimos entregar para a sociedade os resultados adequados em tempo hábil, sem prejuízos para os alunos.”
Além disso, Alexandre celebrou o modo como o Enem ocorreu durante os domingos de provas, em 2019. “Tivemos um nível extremamente baixo de intercorrências durante a aplicação do Enem, índice baixo de desistências, quase nenhum problema de logística... Além disso, a prova está sendo muito bem elogiada pelos participantes e professores”, afirmou.
Candidatos reclamam de não conseguir acessar nota corrigida
Alguns estudantes estão reclamando nas redes sociais que não conseguiram acessar a nota corrigida. O presidente do Inep disse que vai verificar a causa do problema, mas acredita que seja a grande quantidade de acessos ao site simultaneamente.
Alguns também estão reclamando de possíveis erros na correção da redação, mas o presidente do Inep garante que nao há problemas no texto: todas as falhas teriam acontecido apenas na parte objetiva do teste.
Inep descarta risco de prejuízo
Na internet, muitos estudantes reclamaram de que o Inep não mostrou provas com relação à correção dos erros. Vários outros dizem que não existe garantia de que outras pessoas não continuem prejudicadas. No entanto, Alexandre Lopes disse que "não trabalha com essa hipótese".
Futuro
As expectativas de Alexandre Lopes são altas para a digitalização do Enem. "É importante dizer que, com o Enem digital, esse tipo de ocorrência vai deixar de existir, porque não teremos movimentação de papel. Teremos mais confiabilidade no sistema. Além disso, o aluno poderá fazer provas em várias oportunidades ao longo do ano. “
Participam do encontro, além de Alexandre Lopes, Murillo Gameiro, diretor de Gestão de Planejamento do Inep; Camilo Mussi, diretor de Tecnologia e Disseminação de Informações Educacionais no Inep; Daniel Rogério, diretor de tecnologia da informação do Ministério da Educação (MEC); e Carlos Roberto Pinto de Souza, diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep.
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*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa