Aproximadamente 6 mil candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019 foram afetados pelo erro na correção da prova, de acordo com o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda-feira (20/1), o chefe da pasta comunicou que não há motivo para adiar o prazo das inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que serão abertas nesta terça-feira (21/1) normalmente.
Para o ministro, o impacto do erro foi baixo, pois correspondeu a aproximadamente 0,1% dos candidatos. Abraham pediu desculpas pelo 'susto': "Estatisticamente, o número é pequeno, mas, individualmente, temos que respeitar as pessoas". Ele afirmou que a falha só ocorreu em quatro cidades de Minas gerais.
Weintraub explicou que o equívoco na correção do exame aconteceu devido à divergência do gabarito com o teste. Ou seja, a prova que o aluno fez foi de uma cor e a correção foi feita com base no gabarito que corresponde a outra cor. Além disso, uma falha mecânica da impressora separou as provas do gabarito, o que prejudicou ainda mais a correção.
Frente Parlamentar se manifesta
Para a Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais, o que o ministro da educação chama de "inconsistências", consiste, na verdade, em falhas importantes, que geram apreensão a milhares de candidatos. Leia nota na íntegra:
"Ao contrário do que vem sendo alardeado pelo ministro da Educação, sabe-se agora que a edição de 2019 do Exame Nacional do Ensino Médio foi marcada por falhas importantes, que geram apreensão a milhares de candidatos. As “inconsistências”, que, segundo o governo, haviam sido registradas apenas no segundo dia das provas, também ocorreram no primeiro dia do exame, conforme relatos de estudantes. A um dia da abertura das inscrições para o Sisu, enquanto o governo não oferece respostas, candidatos temem ser prejudicados pelas falhas.
Outros problemas já haviam sido registrados nesta edição. Por exemplo, uma foto com a proposta de redação vazou minutos após o início da prova. Erros acontecem, mas a ocorrência deles pode ser minimizada com gestão e responsabilidade. As mudanças no comando do Inep, órgão responsável pela elaboração e aplicação do Enem (foram três trocas de presidentes em menos de um ano), vai na contramão do cuidado que deve pautar a realização de Exame tão complexo. Cabe ressaltar também que a excessiva preocupação com suposta “ideologia” nas provas, que permeou o debate sobre o tema, não contribuiu para o principal: o aprimoramento dos procedimentos e processos para impedir erros.
O importante, agora, é que o governo esclareça o que aconteceu e os motivos que levaram a essa falha, identificar sua abrangência, e indicar claramente de que forma será feita a correção das notas, de modo que não haja prejuízo aos candidatos afetados, o mais rápido possível.
Brasília (DF), 20/01/2020
Alice Portugal – PCdoB / BA
Danilo Cabral – PSB/PE
Edmilson Rodrigues – PSOL/PA
Margarida Salomão – PT/MG
Túlio Gadêlha – PDT/PE"