O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apresentaram, nesta quarta-feira (31), os últimos detalhes da logística de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018. Na sede do Inep, o ministro Rossieli Soares, a presidente do Inep, Maria Inês Fini, e diretores do instituto apresentaram dados atualizados sobre o exame, que será aplicado em 4 e 11 de novembro. A logística da maior prova do Brasil envolverá cerca de 600 mil pessoas e, segundo o Inep, o que mais preocupa na operação é a disseminação de notícias falsas sobre o Enem, as fake news, além do não adiamento do horário de verão.
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Segundo o ministro, o primeiro passo é se atentar para o horário. A instituição solicitou ajuda à Anatel e outras operadoras telefônicas no aviso da mudança de horário. São 5,5 milhões de inscrições confirmadas pelo Brasil, 106 mil delas no Distrito Federal. Quase 2 milhões de inscrições foram pagas, no valor de R$ 82 cada. Mais de 3,5 milhões de estudantes tiveram isenção. A arrecadação, portanto, foi de cerca de R$ 163 milhões.
Em 2018, o segundo domingo de provas terá 30 minutos a mais. Além disso, o Inep investiu em pontos eletrônicos, tendo cinco vezes mais aparelhos do que em 2017. "Os números são bastante significativos, desde as forças de segurança e a gráfica de segurança máxima, até os aplicadores e os coordenadores de local. É um contingente enorme envolvido", afirma Maria Inês Fini.
Horário de verão e fake news preocupam
A maior preocupação, para a presidente do Inep, é mesmo o não adiamento do horário de verão, que entra em vigência no primeiro dia de exame. "Nós fizemos todo o esforço possível para adiar isso, mas, por razões alheias às nossas vontades. Nós temos horários diferentes de uma região para outra e até mesmo no mesmo estado, como no Amazonas, que tem 13 municípios com horários distintos do resto do estado", diz.
Como de costume, os portões se abrem às 12h do horário de Brasília, o que ocorrerá simultaneamente pelo Brasil. "São milhares e milhares de municípios, de perfis muitos diferentes. Há, inclusive, cidades nas quais as provas serão aplicadas sem energia elétrica, com auxílio de geradores. É uma operação de guerra", acrescentou o ministro Rossieli Soares.
As fake news também são um grave impecilho. "Elas são uma doença social. Neste período de exame, quando os estudantes estão focados ao máximo, prejudica muito. Sugerimos, então, que eles possam nos avisar sobre informações equivocadas no canal do participante ou no aplicativo do Enem", esclarece Maria Inês Fini. A maior mentira que circulou até o momento é a de um suposto adiamento da prova, em função do horário de verão. "Isso não existe. As provas serão aplicadas nos dias programados."
Centro Integrado de Comando da Polícia Federal
Quanto à segurança, a presidente do Inep anunciou que o número de pontos eletrônicos aumentou em cinco vezes, por recomendação dos órgãos de segurança envolvidos no processo. Outra novidade é o Centro Integrado de Comando e Controle Específico da Polícia Federal, que servirá para a investigação de possíveis crimes de fraude e problemas de segurança. "O Centro já está funcionando e trabalhando conosco, mas será inaugurado publicamente nesta quinta-feira (1)", diz Maria Inês Fini. "Trabalhei diretamente com as eleições. É semelhante em termos de abrangência, logística e segurança. Temos uma coordenação com o Inep desde o mês de abril e confiamos no nosso trabalho", acrescentou o Major Brigadeiro Fiorentini.
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A logística do exame impressiona. Ao todo, estão impressas 11,5 milhões de provas, que chegarão a 10.718 locais de prova, em 155 mil salas de aplicação. Serão 41 mil fiscais de banheiro, 210 mil chefes de sala, 16.846 coordenadores de locais de prova, 195 mil aplicadores, 1,1 milhões de páginas personalizadas, 15 mil aplicadores especializados e 21 mil assistentes de locais de prova. No DF, serão 149 locais de aplicação, 171 coordenações e 3.092 salas de aplicação.
O custo dessa movimentação, segundo o Inep, será de cerca de R$ 84,66 por estudante inscrito. "Os números são impressionantes e mostram nossos esforços para que a prova tenham o cuidado que merecem", afirma Maria Inês. Ela observa que o valor é provisório e deve cair. O custo final per capta só é possível ser confirmado após a finalização do processo de correção das provas. "Os números mostram nosso cuidado para que essa prova tenha a repercussão e qualidade que ela precisa ter", afirma a diretora do Inep. Em 2016, o valor por aluno foi de R$ 90,54 e, em 2017, R$ 83,76.
O que levar
Até o momento, 80% dos inscritos já acessaram o Cartão de Confirmação, documento on-line que informa, entre outros detalhes, o local de prova. Agora, a dúvida mais recorrente dos estudantes, segundo a presidente do Inep, é mesmo sobre o que levar para o grande dia. Apenas dois elementos são fundamentais: a caneta para marcar as questões no caderno de respostas, obrigatoriamente preta e em material transparente, e o documento oficial de identificação com foto. Para este, vale cédulas de identidade (RG), identidade expedida pelo Ministério da Justiça para estrangeiros, carteira de trabalho, certificado de dispensa de incorporação, certificado de reservista, passaporte e carteira de habilitação. Não é obrigatório a apresentação do Cartão de Confirmação, mas o instituto recomenda levá-lo, de modo a conferir as informações, caso necessário.
O estudante que chegar ao local de prova sem a documentação correta precisará esperar do lado de fora. O Enem promete ser rigoroso quanto ao documento obrigatório. Quem perdeu a documentação ou foi furtado, deve apresentar Boletim de Ocorrência (B.O) expedido por um órgão policial com o prazo de, no máximo, 90 dias do primeiro domingo de aplicação. "Se perdeu ou teve o documento roubado, precisa apresentar a prova. Não há qualquer possibilidade de ;choro; de última hora. Quem não portar a documentação correta fará o Enem 2019, porque o deste ano não será possível", sublinha Maria Inês Fini.
O novo Documento Nacional de Identidade (DNI), digital, não vale para o Enem 2018, infelizmente. "Neste ano, não podemos aceitar aquela identificação por meio da carteira de identidade digital. Por mais moderna que seja, não podemos aceitá-la no momento, pois temos três checagens de identidade ao longo do Enem e, uma vez dentro da sala de aplicação de prova, o estudante não pode estar com o celular ligado", lamenta Maria Inês Fini, que acredita que o formato poderá ser aceito em um futuro próximo.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá