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Nesta terça-feira (11), o Eu, Estudante transmitiu sua segunda live semanal sobre as diversas áreas do conhecimento cobradas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em pauta, a prova de ciências da natureza e suas tecnologias. Os professores convidados foram Gabriel Prazeres e Paulo Ferrari, de química e física, respectivamente. Eles corrigiram questões, responderam os internautas e pontuaram, entre outros assuntos, a importância de inserir o pensamento científico no dia a dia. Sem isso, os candidatos não conseguirão vencer as 45 questões dessa área ; que incluem também biologia, a ser abordada em outra live.
;O conteúdo em química não mudou, mas mudou a abordagem. Na maioria dos
vestibulares, o que tínhamos era uma cobrança conteudista aprofundada e, em grande parte, sem
maiores necessidades de aplicação. O Enem veio trazer resoluções de problemas;, diferencia Gabriel Prazeres. ;Não se trata apenas de preparar os alunos para que saibam propriedades e
fórmulas, mas ensiná-los para que serve aquilo.;
Questões quantitativas podem surpreender
Paulo Ferrari concorda com o colega: as matrizes de referência não sofrem mudanças bruscas de uma edição para outra, mas, certamente, há um mundo de aplicações descortinado a cada ano no exame. ;Há certa mudança de perfil, mas sem mudança no conteúdo em si. Só na abordagem.;
Contudo, ele nota que, em termos de física, o Enem vem mostrando pequenas mudanças que apontam novas direções mais conteudistas. ;Dentro de física, tradicionalmente temos questões apenas conceituais e qualitativas, mas têm entrado cada vez mais questões quantitativas;, afirma. Nestas, explica ele, o candidato precisa efetuar cálculos com nível de matemática consideravelmente mais aprofundados. ;Não basta resolver modelos clássicos. Prova após prova, são situações cotidianas em que os conceitos são aplicados. O aluno precisa se moldar a situações novas.;
Olhar curioso pelo mundo
Mas afinal, o que seriam aplicações práticas do conteúdo de física e química no cotidiano? Os professores do Centro Educacional Sigma ponderaram diversas possibilidades. ;Instalação de circuitos elétricos em casa, funcionamento de encanamento doméstico, como é o som que você escuta da buzina de um carro, como ele se propaga;, enumera Paulo Ferrari. Trata-se de olhar curioso pelo mundo, visto pela ótica científica. ;O cotidiano é a base, mas o aluno precisa interpretá-lo.;
;A melhor forma de estudar ciências é tentar enxergá-la no dia a dia;, acrescentou Gabriel Prazeres, que foi buscar exemplo no próprio horário da live, marcado para 14h15, horário de pós-almoço ; ou ainda de almoço, para alguns. ;Digamos que alguém esteja comendo e nos assistindo. Distraído, pode dar uma garfada grande de pimenta. O que fazer para tirar esse ardor? Qual é a molécula que causa essa irritação? Da molécula, você pode deduzir qual a propriedade e, desta, identificar qual a alternativa que irá te aliviar.; Pense em questões como essa e você chegará a formulações típicas do Enem, garantem os professores.
Temas mais recorrentes
Os conteúdos cobrados giram mesmo em torno de ;estudar tudo;, na definição bem-humorada do professor Gabriel. Mas calma lá. Ele detalha, sim, os temas mais recorrentes: ;O que mais deve ocupar a cabeça do aluno são os impactos ambientais. Chuva ácida, poluição, efeito estufa, destruição da camada de ozônio. Eles vão aparecer, pode ter certeza. Equilíbrio químico também é obrigatório. Reações orgânicas não vêm com a mesma constância, mas, quando vêm, surge uma questão diferenciada: caiu algo sobre ozonólise recentemente, uma reação muito específica que muitos professores nem trabalhavam.;
Quanto a física, Paulo Ferrari fala da importância de interpretação de gráficos. ;Não dá para fazer uma prova do Enem sem saber identificar um fenômeno físico por meio de gráfico. Não que você precise produzir gráficos, mas saber lê-los é fundamental;, afirma. Para ele, fenômenos ondulatórios estão entre os temas mais recorrentes, ocupando, em média, três das 15 questões de física no exame.