Jéssica Luz- Especial para o Correio, Neyrilene Costa*
postado em 05/11/2017 20:29
O primeiro dia do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) de 2017 está encerrado. Por todo o Brasil, 4,3 milhões de estudantes compareceram aos mais de 12 mil locais de prova para fazer as provas de redação, ciências humanas e linguagens. No Distrito Federal, o clima nas escolas foi, em geral, de bastante tranquilidade. O tema de dissertação, "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil", foi a grande surpresa relatada pelos candidatos do Distrito Federal.
O tempo nublado e com chances de chuva não desanimou os candidatos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Centro Universitário de Brasília (UDF), um dos 167 locais de prova do Distrito Federal. A maioria dos que vieram realizar a avaliação na unidade eram portadores de necessidades especiais (PNEs). Não houve nenhuma pessoa atrasada no local.
Com mais de uma hora de antecedência, já havia movimentação de estudantes na região. Com sorrisos nos rostos, os candidatos presentes antes da abertura dos portões aparentavam estar calmos e esperançosos. Muitos que vieram acompanhados ou encontraram conhecidos tiraram o pouco tempo de que dispunham para discutir alguns detalhes que poderiam ser cobrados na avaliação.
Candidata e portadora de necessidades especiais, com problemas auditivos, Andreza Costa, 22, está habituada ao clima que se instala em finais de semana em que o Enem é aplicado. Essa é a terceira vez da jovem no exame. ;No ano passado, fiz a prova e, com minha nota, consegui uma bolsa de estudos para um curso técnico na área de saúde, mas, como esse não era o meu desejo, não cheguei a fazê-lo. Em 2017, decidi tentar mais uma vez o exame;, relata.
Surpresa
Isabela Maria Rodrigues, 18, terminou o ensino médio em 2016 e, desde então, busca vaga no curso de enfermagem. A rotina de estudos da jovem é diária. Desde que terminou a escola, ela deposita grandes esperanças com os resultados do Enem neste ano. Diferente de outros candidatos, a jovem não foi pega de surpresa pela redação. ;Eu já tinha estudado sobre isso, foi mais um conhecimento que adquiri pesquisando. Achei tranquilo, não foi nada fora do comum;, afirma. Dentre todo conteúdo que foi cobrado na primeira parte da avaliação deste ano, Isabela afirma que teve mais dificuldades na área de artes. ;Foi cobrada a questão da arte moderna e grega, penso que foi bem puxado. Sendo sincera, nem pensava que isso iria cair. Dei mais prioridade para história da arte, mas fui surpreendida;, comenta.
Michael Ferreira, 25, possui diploma do curso de Gestão Financeira e agora está em busca de mais um diploma, o de educação física. Por conta da rotina de trabalhos, o candidato conta que não teve muito tempo para se preparar. Apesar disso, está confiante. Um das grandes surpresas que Michael teve durante a prova foi mesmo a dissertação. ;Sinceramente, acreditei que iríamos ser questionados sobre política e sobre o momento que o Brasil vem vivendo, cheio de crises. Também cogitava temas como preconceitos, principalmente com a comunidade LGBT. Apesar disso, a proposta é interessante e é fundamental discuti-la;, frisa. Assim como Isabela, Michael também teve dificuldades em artes, mas observa que, pela primeira vez, sente que se saiu bem em português.
Dificuldade razoável
Nathália Galeno Souza, 18, faz o terceiro ano no Colégio Estadual Vasco dos Reis Gonçalves no Jardim Ingá e fez a prova em Valparaíso de Goiás. O assunto da redação agradou a estudante. "Ele estava fácil e consegui desenvolver bem, apesar de nunca ter sido tratado em sala de aula", diz. Na prova de ciências humanas, ela sentiu dificuldade. "Tinham algumas questões que eu não tinha estudado a respeito", confessa.
"Não achei a prova difícil não, foi razoável", pondera Delayne Cristina dos Santos Maranhão, 18, que também fez o exame em Vaparaíso. Para ela, o tema da redação não assustou nem um pouco. "É um assunto muito bom e relevante, pois ele faz com que a gente reflita um pouco. Hoje em dia, as pessoas tratam os outros com preconceito. Todos nós somos temos direitos iguais, independente das diferenças;, opina. Dalayne está feliz com seu desempenho no primeiro dia de prova. "Ela foi super tranquila. E, por incrível que pareça, eu não fiquei nervosa, consegui até fazer dentro de um tempo razoável", comemora.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá.