De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísios Teixeira (Inep), órgão responsável pela organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 4.325.823 candidatos participaram da primeira etapa da prova neste domingo (5/11). O índice de abstenção no primeiro dia foi de 30,2%, o que significa que três em cada 10 inscritos não compareceram aos locais. O Inep divulgou o balanço no início da noite deste domingo.
A abstenção em 2017 foi maior que a do ano passado, de 29,19%, que considera a média dos dois dias de aplicação da prova. A diretora do Inep, Eunice Santos, lembrou que os números são "preliminares".
No total, 264 candidatos foram eliminados por descumprimento de regras gerais do edital ; ao fim do primeiro dia, em 2016, já havia registro de 3.942 eliminações. Além disso, neste domingo, nove pessoas se negaram a passar pelo detector de metal e, portanto, foram eliminadas. Segundo o ministro, outro estudante foi identificado com um fone de ouvido, equipamento que não poderia ser usado durante a prova.
Para o ministro da Educação, Mendonça Filho, "tudo ocorreu bem, tendo em vista a magnitude, o tamanho do exame". Ele ressaltou que dois delegados da Polícia Federal acompanharam e monitoraram a aplicação dos exames, que teve "poucas ocorrências". "O sistema de segurança funcionou muito bem", disse.
Ocorrências
Houve duas situações em que candidatos saíram com a prova antes do horário programado. Um deles já foi identificado e será eliminado do processo de classificação e penalizado por ter desobedecido um dos itens do edital.
Segundo a presidente do Inep, Maria Inês Fini, um deles saiu correndo, após ficar "com raiva de uma questão", e o outro "saiu correndo e tirou foto" da prova, por volta das 17h.
O ministério não informou onde foram as ocorrências, que estão sendo investigadas pela polícia.
Além deles, um candidato foi identificado com cigarro de maconha no bolso, em Brasília. A polícia, segundo o ministro, foi acionada. Ele não foi eliminado nem consta nas ocorrências. O uso não é mais crime, só o tráfico. A PM entendeu que não se configurava crime e orientou que continuasse a prova.
Quadrilha
Mendonça afirmou que não houve reforço de segurança em relação ao episódio da quadrilha presa recentemente em Goiás e Brasília, especializada em fraude de provas. "Não houve especificamente uma atuação de reforço. Até porque as pessoas já estavam presas, e essa quadrilha, desbaratada", comentou o ministro.
Decisão do STF
Sobre a decisão da ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro afirmou que "respeitou a decisão" e não queria criar situação de "instabilidade jurídica" aos estudantes que fizeram a prova. Ele lembrou que há penalidades previstas que podem permitir até a perda de 20% na nota em casos de afronta aos direitos humanos.
"A preocupação do ministério foi no sentido de que a gente pudesse assegurar a tranquilidade, porque o próprio clima enseja dúvida na cabeça dos candidatos", disse.
As regras válidas em 2017 são embasadas na decisão judicial. A redação, portanto, não pode ser zerada por afronta aos direitos humanos. Para o ano que vem, Mendonça afirmou que o ministério fará uma avaliação do ponto de vista técnico e jurídico".
Energia elétrica
Duas turmas não conseguiram concluir os exames por falta de energia elétrica, uma em Teresina (PI) e a outra em Uruaçu (GO). O MEC ainda não possui o número de pessoas que foram prejudicadas pela falta de luz, mas assegurou que elas poderão fazer a prova em 12 e 13 de dezembro.