A presidente Dilma Rousseff liderou nesta quinta-feira (21/6) uma inédita cúpula de governantes mulheres paralela à Rio%2b20, onde defendeu o fim da desigualdade e da violência, assim como os direitos reprodutivos, um tema polêmico na conferência e excluído do texto final.
"No Brasil, estamos investindo para superar dificuldades e precariedades no acesso aos serviços públicos de saúde, com pleno exercício do direitos sexuais e reprodutivos", disse a presidente na mini-cúpula destinada a garantir que a Rio%2b20 impulsione os direitos das mulheres.
Quando Dilma acabou seu discurso, várias ativistas levantaram cartazes nos quais se lia: "direitos reprodutivos pela sustentabilidade do planeta" e "a Rio%2b20 traiu as mulheres".
A ex-premiê da Irlanda Mary Robinson, representante do respeitado grupo "The Elders" criado por Nelson Mandela, lamentou que o texto da conferência - o qual os presidentes aprovarão na sexta-feira - não cite os direitos reprodutivos: "os direitos sexuais e reprodutivos são essenciais", disse.
Chefes de Estado e de governo e representantes de 191 países aprovarão na sexta-feira um acordo para impulsionar a preservação dos recursos naturais do planeta e a luta contra a pobreza.
O texto final reconhece a necessidade de avançar na igualdade de gênero e a importância da saúde sexual e reprodutiva, mas os negociadores retiraram a menção aos direitos reprodutivos, após pressão do Vaticano.
Esta questão, que provocou muita polêmica na conferência, reconhece o direito da mulher de decidir se quer ter filhos ou não, em que momento e com quem, sem discriminação ou violência, mas muitos países o vinculam ao controle pré-natal e ao aborto.