Rio de Janeiro - De frente para o mar de Copacabana, dezenas de pessoas encontraram inspiração para pedir nesta quinta-feira (21/6) a preservação de oceanos. Em uma faixa de 150 metros estendida no calçadão, elas deixaram declarações de amor e cobraram dos governantes ações para salvar o ecossistema. A iniciativa é das Nações Unidas (ONU) que trouxe, pela primeira vez à América Latina, o artista espanhol Angel Arenas, idealizador do chamado Poema Gigante.
Os oceanos e mares são vitais para existência do ser humano porque produzem oxigênio e alimentos. Segundo a ONU, 3 bilhões de pessoas dependem da biodiversidade marinha e costeira para a própria subsistência. Mas infelizmente, segundo a Agência das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o tema não mereceu ações específicas de proteção no documento elaborado pelos chefes de Estado na Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio%2b20.
Já o casal de turistas gaúchos Alvaci Gonçalves, 66 anos, e José Gonçalves, 68 anos, completaram a faixa pedindo a defesa da natureza. "Uma vez que a gente se conscientiza em salvar o planeta, o mar vai se beneficiar também. É um conjunto de atenção", disse a aposentada, que veio ao Rio para participar dos eventos paralelos à conferência e ontem esteve na manifestação que reuniu milhares de pessoas nas proximidades do Riocentro.
O artista Angel Arenas se diz contente com o engajamento do público. Segundo ele, os oceanos estão esquecidos na agenda internacional e a ideia do poema era tirar o assunto dos encontros oficiais e trazer para a orla. "Só a população pode pressionar os governos agora. Nosso objetivo aqui é esse. Fazer com que [as pessoas] tomem consciência de sua força e cobrem a limpeza do mar", destacou sobre a obra, que será doada à prefeitura da cidade do Rio.