Rio de Janeiro - Os índios da etnia Kaiapó receberam nesta segunda-feira (18/6) da organização não governamental francesa Plan;te Amazone cerca de 350 mil assinaturas contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que será instalada no Rio Xingu.
As assinaturas foram coletadas na Europa, pela internet ; a maior parte delas na França e na Bélgica, segundo os organizadores. O documento foi lançado no ano passado e permanece no site www.raoni.com.
De acordo com o representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), Marcos Apurinã, que recebeu o documento com as assinaturas, o protesto dos europeus se somará ao dos brasileiros.
"Vamos levar tudo para a presidente Dilma [Rousseff] em breve", declarou. ;É especialmente para ela. Para dizer que os índios brasileiros não estão sozinhos;, afirmou durante a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio;20).
;Ela precisa saber que está assinando documentos para a ONU [Organização das Nações Unidas] dizendo que os povos indígenas estão bem, mas não estamos bem. Pelo contrário;, completou em referência ao impacto da obras. Segundo Apurinã, a barragem vai afetar ;completamente o modo vida; dos índios.
O representante da ONG francesa, Ildo Tikuna, explicou que a petição foi um pedido expresso do cacique Raoni Kaiapó para divulgar os problemas na Amazônia. ;O impacto da barragem é de nível mundial em termos de desmatamento e emissão de gases de efeito estufa;, afirmou.
A entidade também acredita que pode reforçar a mobilização para que a obra seja reavaliada pelo Brasil. ;Como o governo federal não está ouvindo nenhuma das etnias, o objetivo da petição é fazer barulho para que os povos sejam atendidos e divulgar isso [a construção de Belo Monte] lá fora;.