Rio de Janeiro ; Os pontos acordados até agora pelos negociadores internacionais na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio%2b20) ampliam a responsabilidade sobre a implementação do desenvolvimento sustentável no mundo. No documento preliminar consolidado na noite desse sábado (16/6), as delegações reconheceram que as metas esperadas da conferência dependem de uma parceria ampla.
A proposta é assegurar que setor privado e a sociedade civil tenham maior participação nas decisões globais, ressaltando os papéis dos trabalhadores, das mulheres, das empresas e de organizações não governamentais. Especialistas lembram que, há vinte anos, na Rio92, os governos eram apontados como os grandes responsáveis pela indução de uma mudança de padrões de desenvolvimento.
[SAIBAMAIS]Os negociadores defenderam, com clareza, modelos que integram setores públicos e privados, por exemplo. ;A implementação do desenvolvimento sustentável dependerá do envolvimento ativo de ambos os setores;, destaca o documento. Além de apontar as parcerias público-privadas como ferramentas para essa integração, os negociadores defendem a criação de mecanismos para alavancar o novo padrão no comércio e indústria. ;Nós encorajamos práticas empresariais responsáveis, tais como as promovidas pelo Pacto Global da ONU;.
No aspecto ambiental, o documento preliminar reconhece, por exemplo, que os agricultores ;podem trazer importantes contribuições para o desenvolvimento sustentável por meio de atividades de produção que sejam ambientalmente corretas;. A aposta é que a atividade, conduzida de forma sustentável, aumente a segurança alimentar, garanta o crescimento econômico e a subsistência das populações mais pobres em todas as partes do mundo.
O texto também revela a disposição dos mais de 190 países que participam da Rio%2b20 em estimular a participação específica de mulheres, dos jovens e das comunidades indígenas nesse debate. Além disso, os negociadores concordam que a contribuição da comunidade científica e tecnológica é fundamental para a implementação das metas do desenvolvimento sustentável.
;Estamos empenhados em trabalhar e promover a colaboração entre a comunidade acadêmica, científica e tecnológica, em particular nos países em desenvolvimento;, ressalta a proposta preliminar. A expectativa é reduzir a diferença tecnológica que separa países desenvolvidos das nações em desenvolvimento, recorrendo, inclusive às cooperações internacionais, com transferência de conhecimentos.