Jornal Correio Braziliense

Rio mais 20

Índios cobram na Rio+20 respeito ao direito à terra



;Somente em Pernambuco, em apenas um povo, há 35 lideranças no banco dos réus por terem retomado suas terras. Primeiro nós queremos o direito à terra, e só depois as outras políticas públicas;, enfatizou.

A mesma preocupação foi manifestada pelo representante da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), Otoniel Ricardo. Segundo ele, mais de 200 lideranças indígenas morreram desde o ano passado por causa de conflitos ligados à terra no Sul. ;Nossos líderes estão morrendo e eu posso ser o próximo.;

O representante do Conselho Continental da Nação Guarani, que reúne indígenas da Bolívia, do Paraguai, da Argentina e do Brasil, Celso Padilha, convocou os povos de todas as etnias, independentemente do país onde vivem, para que unam forças e lutem pela preservação de seus territórios, de sua cultura e de seus costumes.

;Não podemos falar em desenvolvimento sustentável se não tivermos terra e autonomia. Temos que unir nossas mãos e dizer que não queremos esse modelo de economia verde. Não podemos negociar nossos costumes, nossas tradições, nossas terras;, ressaltou.

O líder indígena conhecido internacionalmente por sua luta pela preservação da Amazônia, Cacique Raoni, da etnia Caiapó, também conclamou a união dos povos indígenas, principalmente dos jovens, na defesa de seus interesses coletivos.

;Temos que lutar e falar dos nossos problemas. Não podemos aceitar o que o homem branco tem feito ao nosso povo. Precisamos lutar pelos nossos direitos, pelas nossas terras. Enquanto eu estiver vivo, vou lutar;, enfatizou, sendo aplaudido por diversos participantes da cúpula.

O líder também criticou a construção de grande empreendimentos que trazem prejuízos aos territórios indígenas, como a Usina de Belo Monte.

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