Cerca de 2 mil jovens brasileiros e de outros países se reúnem no Rio de Janeiro até a terça-feira (12) para discutir a mobilização da juventude na promoção do desenvolvimento sustentável. De acordo com os organizadores, o objetivo da Conferência de Jovens para a Rio%2b20, a Youth Blast, é garantir a troca de ideias e de experiências, além de estimular a contribuição da juventude para as decisões que serão tomadas na conferência das Nações Unidas. O encontro começou nesta quinta-feira (7/6).
Durante a programação, que inclui dois dias voltados apenas ao público brasileiro e outros três direcionados a jovens de todo o mundo, serão abordados temas como a importância da Rio%2b20, da Cúpula dos Povos e de outros processos paralelos; o que está em pauta nas discussões oficiais; a posição do Brasil e de outros países diante do cenário global e o funcionamento de uma negociação nos moldes das Nações Unidas.
João Felipe Scarpelini, membro do (ONU), que organiza a Youth Blast, destacou que ao fim dos debates será lançado um documento oficial representando a opinião da juventude durante a Rio%2b20. O texto será encaminhado aos negociadores brasileiros que vão participar da conferência das Nações Unidas.
%u201CVamos discutir e compartilhar realidades diferentes e definir como podemos construir uma posição coerente e com sugestões específicas sobre o que esperamos das autoridades. O documento será entregue aos negociadores, mas, além disso, vamos usá-lo como base para a construção de um plano nacional voltado para a juventude e o desenvolvimento sustentável. Queremos que toda essa mobilização não seja apenas uma discussão bonita, mas se traduza em política pública na prática."
Scarpelini enfatizou que entre as principais questões que preocupam a juventude atualmente estão a igualdade racial e de gênero, a erradicação da pobreza, os investimentos em educação e o trabalho decente.
A presidenta do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Angela Guimarães, ressaltou que os jovens representam 30% da população brasileira e mais de 25% da população mundial e que eles precisam ser ouvidos na construção das soluções para os temas de interesse global.
%u201CEsse segmento não pode ficar invisível nem ser deixado para amanhã. Não dá mais tempo de tratar os jovens como a geração que será, um dia, atingida pelos problemas atuais. Já não é assim no modelo atual. Em situações extremas, como a agravamento da crise internacional, a juventude é a primeira a pagar a conta, sofrendo demissões, cortes em investimentos sociais e precarização do trabalho%u201D, argumentou.
Para a estudante pernambucana Amanda Tamires da Silva, de 22 anos, que veio ao Rio participar da Youth Blast, o encontro é a oportunidade ideal para a juventude %u201Cse fazer ouvir%u201D e se mobilizar para cobrar políticas mais firmes voltadas a essa parcela de brasileiros. Ela acredita que uma das questões centrais é o aumento dos investimentos em educação.
%u201CÉ um momento muito importante para a gente se fazer ouvir e trocar opiniões. É importante a gente monitorar políticas públicas para garantir que os nossos interesses sejam atendidos. E entre eles, a educação é fundamental, porque desenvolvimento sustentável não se faz sem investimentos fortes nessa área%u201D, disse.